quarta-feira, 26 de maio de 2010

Trabalho: "O final da Guerra Fria"

Como tinha dito, há umas entradas atrás, fiz um trabalho, por minha sugestão, incidente na matéria do final da Guerra Fria.
Aqui fica um subtema.

"VIRAGEM POLÍTICA

No final da década de 60 e no decorrer dos anos 70, ocorriam fenómenos pela Europa de Leste, na Ásia, na África e na América Latina que comprovavam as crescentes dificuldades da URSS em manter a sua hegemonia sobre o bloco ocidental e prenunciavam mesmo o seu colapso, a que se soma a intervenção militar na guerra do Afeganistão.
Em primeiro lugar, um dos acontecimentos históricos com maior relevância da década de 1960 foi a Primavera de Praga. Explique-se, assim, o referido acontecimento.
A capital da Checoslováquia era conhecida como um “lugar” fácil para a população de camadas mais jovens, que viajava pela Europa Ocidental, consumir drogas e ouvir música de estilo rock.
No ano de 1968, Alexander Dubcek assume o cargo de Secretário-Geral do Partido Comunista deste país. Assim sendo, inicia o seu mando com preocupações em dar atenção a uma população que cobiçava a transição para um regime liberal. Num plano de profundas reformas, o líder checoslovaco permite plena liberdade, ou seja, cessou totalmente a censura aos meios de comunicação. Assim, uma vez libertos da incessante censura, começam a denunciar as práticas corruptas dos antigos líderes comunistas da Checoslováquia, assim como as questões problemáticas do regime político vigente, ou seja, o socialismo.
A referida reforma viria a originar outras. O governo inicia a instalação de um sistema eleitoral multipartidário, tendo tomado igualmente medidas para a criação de um Estado Eslovaco. Isto é, começa a tentar separar-se da Rússia Soviética, tendo em conta que ela não permitia o pluripartidarismo – o partido único era o Partido Comunista da União Soviética, que, por sua vez, controlava os demais partidos comunistas dos regimes dos Estados-Satélite. Para além disso, confirma-se, na Checoslováquia, o reconhecimento dos movimentos independentistas, que ansiavam a separação efectiva da Rússia Soviética.
Contudo, a URSS rapidamente se consciencializou do processo que já estava em curso. Sem Dubcek ter respondido às reivindicações imediatas das autoridades do Governo Central, a Checoslováquia foi invadida pelas tropas soviéticas, no dia 20 de Agosto de 1968. As reformas empreendidas pelo Secretário-Geral do Partido Comunista Checoslovaco representavam uma ameaça ao bloco socialista, a ver do PCUS.
Entretanto, o Exército Vermelho depara-se com uma situação, até então, nunca vista: quando invadem Praga, a capital, não encontram qualquer resistência armada. Ao invés, deparam-se com uma grande massa de civis, que pretendiam a sublevação. A maioria deitava-se em frente aos tanques, implorava pela retirada aos soldados e outros iam transmitindo o desenrolar da invasão via rádio à restante população checoslovaca. Porém, uma pequeníssima maioria tenta entrar em confronto com o Exército Vermelho, lançando pedras e rockets Molotov, contra os tanques.
A invasão de Praga teve como consequências 72 mortos e mais de 700 feridos. O acontecimento ficaria conhecido, na História, como a Primavera de Praga.
Tentando evitar ao rubro uma rendição, os líderes políticos da Checoslováquia mostram-se abertos para negociar com as mais importantes autoridades soviéticas. Cercados pelo Exército Vermelho, o chefe partidário Alexander Dubcek e o Presidente da Ludvik Svoboda são enviados para Moscovo. Fortemente reprimidos pelo presidente Brejnev, tanto Dubcek, como Svoboda são imediatamente destituídos dos seus cargos, ao ter em atenção o grande perigo que representavam para a coesão do bloco socialista. Como tal, o cargo de Primeiro-Ministro, da Checoslováquia, foi atribuído a Gustav Husák, em 1969.
Seguidamente, o outro fenómeno, de entre os que foram referidos no início: a intervenção militar na guerra do Afeganistão.
No ano de 1979, já no final da década de 1970, a URSS decide invadir o Afeganistão. Via, nesta invasão, uma possível forma de expandir geográfica e ideologicamente o bloco socialista, pela implantação do socialismo, dado que, no ano de 1978, os comunistas tinham tomado o poder neste país do Médio Oriente.
Logicamente, os EUA temem a expansão soviética. Assim sendo, financiam o Paquistão, onde estavam presentes as suas bases militares, entre outras medidas. O Afeganistão tinha como aliado o combatente Osama Bin Laden, conhecido como o líder da organização extremista e terrorista da Al-Qaeda islâmica.
Com o apoio dos EUA, os Russos retiram-se momentaneamente. Consequentemente, inicia a guerra civil, no decurso da qual a CIA – organização dos EUA – cria os Taliban, que são, logicamente, financiados pelos norte-americanos para vencer a guerra e evitando assim a implantação e expansão do socialismo.
Dada a morte de Brejnev, a URSS precisava de um novo líder urgentemente. Para o efeito, Mikail Gorbachov foi nomeado Secretário-Geral do PCUS, no ano de 1985 – era o novo líder da Rússia Soviética.
Rapidamente, Gorbachov avalia duas verdades inegáveis. A primeira, dizia respeito à deteriorização do sistema económico durante a era Brejnev. Tinha, na visão de Gorbachov, colocado em causa a capacidade de exerxer poder e influência no mundo, proporcional à enorme dimensão e população do território soviético. Para mais, com o défice interno a aumentar exponencial e consecutivamente a um ritmo nunca antes observado, desde o Czarismo, estava bastante iminente a falência da União Soviética. A segunda verdade indubitável, era relativamente à questão da superioridade tecnológica entre os dois blocos – capitalista e socialista. Dado que os EUA detinham já o título de superpotência tecnológica, a possibilidade de os norte-americanos triunfarem na corrida bilateral ao armamento, ou seja, quer armamento nuclear, quer armamento convencional, era demasiado elevada. A referida corrida ao armamento fora renovada após um breve período de détente, durante a década de 1970.
A única política, para o secretário-geral do Partido Comunista Soviético, que favorecia a resolução das questões de declínio económico e vulnerabilidade seria encontrar uma solução para a globalidade das disputas políticas, internas, pendentes com adversários no bloco capitalista, sobretudo com a outra superpotência.
Se o clima internacional for comparado com o vivido pela população russa, será verosímil concluir que a estabilidade imperava no espaço internacional. Acabaria por permitir que a Rússia Soviética redirigisse os seus recursos internos, consideravelmente, limitados, juntamente com a assistência económica do mundo desenvolvido não-comunista, tendo em vista o projecto de estimação do seu líder. Tratava-se de amplas reformas de carácter sócio-económico. Englobavam a descentralização do poder de descentralização do poder de decisão e da autonomia de gestão do sector secundário e o encorajamento da iniciativa privada. Esta última medida não poderia facilmente ter sido prevista, considerando que o comunismo vingara na Rússia, após a Revolução Bolchevique, em 1917. Era esta a política denominada Perestroika – Reestruturação económica.
Como Gorbachov estava ciente do crescente descontentamento social, cujas origens eram a ausência de transparência e o excesso de burocratização do centralismo democrático, o líder da URSS cria outra gigantesca reforma: a Glasnost – Política de transparência. Queria que os cidadãos russos participassem, pela primeira vez desde a instauração do centralismo democrático, na vida política. As suas opiniões eram, de forma pioneira, significantes para o decorrer do processo político. Terminaram as perseguições aos separatistas políticos. Inicia o lançamento de campanhas contra a corrupção, a ineficiência administrativa, que estava também relacionada com a excessiva burocratização do centralismo. Esta política reconhecia a liberdade de expressão, um feito de tal forma grande, que resultou a publicação de obras proibidas pela censura e o aparecimento de uma imprensa livre e aberta à crítica dos vícios do regime.
Era o final do ambiente de Guerra Fria. Gorbachov e, assim, a URSS admitiam a derrota de uma guerra que não fora guerra. "

2 comentários:

  1. Muito foi feito erradamente na URSS, muitas liberdades retiradas desnecessariamente, muitas medidas muito afastadas pelo previsto pelo socialismo-cientifico. Mas a ditadura do proletariado é necessaria exactamente para eliminar a antiga ordem vigente e a possibilidade dela resurgir. Se são removidas as suas carcteristicas essenciais, é obvio que acontece o inevitavél.
    Gorbachov o maior traidor da classe trabalhadora.

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