domingo, 28 de fevereiro de 2010

Afirmação do Estado-Providência: ascensão dos partidos sociais-democratas e democrático-cristãos

A vitória sobre as autocracias nazi-fascista teve repercussões na ascensão ao poder das facções defensoras de políticas reformistas e intervencionistas, em detrimento dos velhos partidos conservadores, que se identificavam com o capitalismo liberal e, a ele associada, com a Grande Depressão. Tais partidos eram suspeitos de terem apoiado as ideologias totalitárias.

Observe-se o esquema por mim feito acerca da social-democracia e da democracia-cristã (clique no esquema para o ver de forma ampliada)


Ambas as ideologias encontram os requisitos para triunfarem e levarem ao poder os respectivos partidos nas situações problemáticas económicas e sociais consequentes da conjuntura de guerra e na necessidade de evitar o seu agravamento.
A noção de que a democracia tem de ir além do processo de formação do poder pela livre escolha dos governantes, através de sufrágios mais aperfeiçoados, é gradualmente mais aceite.
As populações passam agora a defender que o exercício do poder democrático é realizado pelo dever de os governantes assumirem um papel do tipo intervencionista na vida económica e social. Desta forma, promover e assegurar-se-ia a qualidade de vida das populações e um grau acrescido de justiça social.
Por conseguinte, as duas facções encontram uma enorme adesão na Europa Ocidental, tendo ocorrido pioneiramente comn a vitória do Partido Trabalhista sobre o Partido Conservador de Winston Churchill, nas eleições de 1945.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

As primeiras descolonizações entre 1900-1950

A primeira vaga independista iniciou-se no continente asiático, onde já se tinham dado movimentos anticolonialistas.
Em 1946, os EUA concedem a independência às Filipinas, como modelo para o continente europeu.

  • O caso da Índia
Ghandi inicia um processo de contestação da colonização britânica, considerando que a metrópole não cumprira a promessa da sua retirada, com o pretexto de um explosivo antagonismo entre hindus e muçulmanos.
Optou por apelar à não-violência e à resistência pacífica, ao iniciar este movimento anticolonialista. A resistência foi subsequente da deseobediência à ordem colonial e do boicote firme ao consumo de produtos britânicos, ou seja, a população indiana deixava de os consumir. Prejudicou fortemente a Grã-Bretanha, tendo em conta que, num clima de pós-guerra em que a sua economia estava extremamente lesada, o principal mercado externo era a Índia.
Mahatma Ghandi granjeou, para o processo indiano, a simpatia internacional. À medida que aumentavam as pressões, internacionais e nacionais, a Grã-Bretanha foi forçada a conceder a independência a esta colónia.
Com a descolonização da Índia, surge a União Indiana, habitada sobretudo por hindus, e o Paquistão, com dois territórios separados e cuja população era maioritariamente muçulmana. No mapa ao lado, o leitor observa as reformulações geográficas.


  • O caso da ilha de Ceilão
Esta ilha alcançou a independência em 1948. Mostrou ser uma descolonização pacífica, culminando com a entrega do poder pelo Governo Inglês a uma minoria pró-britânica

  • O caso da Birmânia
Este país terminou a sua descolonização também em 1948, quando um movimento nacionalista (apoiado pela superpotência soviética, dentro da esfera comunista) se recusara a regressar ao domínio da Grã-Bretanha, após ter sido libertada da ocupação japonesa, com a derrota do Eixo em 1945.

  • O caso da Indonésia
Os ocupantes japoneses admitem a independência deste Estado em 1945, antes de abandonarem o arquipélago que, historicamente, pertencia ao domínio colonial holandês.
Porém, quando os Países Baixos não reconhecem o Governo Republicano de Sukarno, originaram um processo de recolonização forçada. O povo indonésio responde com uma posição de não-violência e de deseobediência civil, tendo como paradigma o processo na Índia.
A Holanda foi levada a reconhecer a independência desta colónia no ano de 1949. Contudo, tinha em vista o estabelecimento de uma união política, que assegurasse os seus interesses económicos. Cinco anos mais tarde, essa união foi dissolvida efectivamente, com a independência total da Indonésia.
Na imagem acima, temos uma fotografia do Presidente Sukarno.

  • O caso da Malásia
Ao contrário do que foi aqui especificado acerca dos processos de descolonização da Índia, de Ceilão e da Indonésia, a Malásia alcançou a sua independência de uma forma bastante violenta.
A luta sangrenta entre as minorias nacionalistas, de influência comunista, fez com que a Grã-Bretanha oficializasse o estado de independência, em 1957.

  • O caso da Indochina
Tal como a Malásia, a independência da Indochina foi produto de uma sangrenta e demorada descolonização.
Tendo sofrido a ocupação do Japão, na 2ª Guerra, foram fomentados sentimentos antifranceses. Em 1945, com o desfecho da guerra, a França volta a ser soberana neste território.
Com a população contra a sua soberania, é-lhe feita uma grande oposição, liderada por Ho Chi Minh, que era o líder comunista.
Posso afirmar que a guerra da Indochina tomou um grande cariz ideológico, podendo ser encarada como uma extensão do comunismo na Ásia, numa altura da Guerra Fria (será especificada muito brevemente neste blog).
Considerando que a França fora derrotada em 1953, surgiram três novas nações: o Laos, o Vietname e o Cambodja.
Como o leitor poderá constatar pela imagem ao lado, o Vietname foi divido em dois territtórios. O território norte fora submetido à esfera comunista, enquanto o sul ficara na capitalista.


  • O caso do Médio Oriente
Nesta zona do continente asiático, registaram-se intensas manifestações para terminar a situação de protectorado, vivida desde o final do Império Otamo - consequente das Conferências de Paz de 1919, ver a primeira entrada, se não estou em erro, deste blog.
Surgem o Estado de Israel, o Líbano, a Líbia, a Síria e a Jordânia.


  • O caso do continente africano
A descolonização alastra para o continente africano, distinguindo-se como sendo o mais simbólico o caso da África do Sul.
Em primeiro lugar, a descolonização deu-se na África do Norte e, já nos anos 60, na África Negra.
Ao lado, a manchete do jornal London Gerald, que reporta a libertação de Nelson Mandela.




  • O neocolonialismo da CommonWealth
1947 foi um ano bastante enganador. Mesmo que o colonialismo tenha terminado na Índia, a União Indiana continuou a ser, de alguma forma, controlada pela Grã-Bretanha, sua antinga metrópole, na Commonwealth.
A Commonwealth é, assim sendo, definida como uma associação de Estados, historicamente relacionados com o Império Britânico, que foi regulamentada em 1931. Esta instituição foi uma manobra da Grã-Bretanha para manter os interesses económicos nas então regiões descolonizadas.

  • Conclusão
Vários autores afirmam que o final da época dos imperialismos europeus foi o o fenómeno político mais relevante da segunda metade do séc. XX, ao ter terminado cinco séculos de colonização.
Este fenómeno provocou enormes alterações no mapa geopolítico da Ásia e da África e, intrinsecamente, o redimensionamento nas relações internacionais. Provocou ainda a imposição do princípio da igualdade entre todos os povos.
Convém, nesta conclusão, que explique o motivo para o qual a descolonização da Índia é considerada o paradigma da ausência de violência neste processo. Deve-se ao facto de que, aquando do surgimento dos movimentos anticolonialistas, a Inglaterra não possuía uma situação económica favorável que lhe permitisse a entrada num conflito do tipo de uma guerra de descolonização.


domingo, 21 de fevereiro de 2010

Descolonizações do séc. XX - antecedentes

Uma nova economia - continuação

De modo a viabilizar mais rapidamente os processos de recuperação económica definidos em Bretten Woods, as democracias ocidentais tinham em vista a diminuição dos entraves à circulação mercantil, como as taxas alfandegárias.
Para a concretização desse prpósito, vinte e três países assinaram o GATT - Acordo Geral de Tarifas e Comércio, numa conferência realizada em Genebra, datando de 1947. Os Estados compreteram-se a diminuir as barreiras alfandegárias, podendo edificar um sistema multilateral livre de comércio.
Observa-se que a ideia de um espaço económico alargado surtiu positivamente no continente europeu. Por outro lado, o GATToriginou o BENELUX, que era a união aduaneira entre a Bélgica (Belgium), os Países Baixos (Nederlands) e o Luxemburgo (Luxemburg), que viria a ser o embrião da Comunidade Económica Europeia (a CEE).
O GATT cedeu o seu lugar à OMC - Organização Mundial de Comércio -, em 1994, que trouxe mais desenvolvimentos para a organização internacional de comércio, no quadro do Conselho Económico e Social da ONU.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Uma nova economia - Acordos de Bretten Woods

Um grupo de economistas reuniu-se em Bretten Woods, em Julho de 1944. O objectivo dos conferencistas era a definição de um conjunto de regras, que fossem capazes de estabelecer as bases de uma nova ordem económica e internacional, dentro de um quadro de cooperação de estabilidade das moedas e dos câmbios.
Era imperativo evitar os nacionalismos económicos assim como as flutuações financeiras, que tinham caracterizado o primeiro pós-guerra, resultando em graves consequências na história política da Europa Ocidental.
Assim sendo, decidiu-se criar um sistema monetário internacional, o Sistema Bretten Woods, que assentava no dólar norte-americano, como sendo a moeda-padrão.
Os EUA estavam em condições - visto que detinham dois terços das reservas de ouro mundiais - para assegurar tal convertabilidade do dólar em ouro. Assim, fixou-se uma paridade do dólar a um peso de outro, efectuando-se o mesmo com outras moedas.
As moedas eram valorizadas em função da sua convertibilidade em outro e, consequentemente, numa quantia de dólares.
Para operacionalizar o sitema foram criadas duas instituições: o Fundo Monetário Internacional e o Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento ou Banco Mundial.
Primeiro, o FMI tinha como finalidade assegurar a manutenção das taxas de câmbio e da paridade monetária. Logo, prestava-se ajuda financeira aos países membros, que mostravam ter algumas dificuldades em cumprir os objectivos.
Seguidamente, o BIRD visava orientar e apoiar os projectos de reconstrução das economias que tinham sido destruídas pela guerra, fomentando igualmente o seu desenvolvimento económico. Surge com a fusão da Sociedade Financeira Internacional, no ano de 1956.
Posso concluir que negociar com qualquer moeda era exactamente igual a negociar com dólares e, em última análise, era negociair tendo o outro como intermediário das trocas.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A Organização das Nações Unidas

Balanço da acção da O.N.U.

A O.N.U. está actualmente activa, tendo quadriplicado o número dos seus Estados-Membros, ou seja, todos os países são membros desta instituição, à excepção do Estado do Vaticano.
Refere-se que foi incapaz de evitar a eclosão e o prolongamento de vários conflitos violentos, a uma escala regional, tendo também assumido posições ambíguas e demagógicas, na salvaguarda dos interesses das grandes potências, nomeadamente os EUA.
Nos fóruns internacionais, a ONU tem algum descrédito, devido às suas acções negativas. Podem-se apontar as seguintes causas para as referidas acções negativas: o grande peso da burocracia e a delicadeza das situações problemáticas, que requerem a sua intervenção e, por outro lado, o facto de a aprovação das resooluções depender do acordo entre os membros, que têm assento permamente no Conselho de Segurança.
Porém,a sua acção tem sido indubitavelmente meritória, graças à procura de plataformas de entendimento entre todos os países pela diplomacia e ao levantamento de situações significativamente problemáticas que afectam as populações mundiais.



Agora, umas pequenas palavras-cruzadas:



1. O fracasso, evidenciado na Segunda Guerra, da Sociedade das Nações, suscitou uma vez mais a necessidade de manter a paz mundial - pela resolução dos conflitos desde o seu aparecimento - através de uma extraordinária diplomacia, da promoção da cooperação entre todos os Estados-Membros e de defender/promover os direitos e as liberdades do Homem. A que instituição pertencem tais propósitos?

2. Onde foi proposto o seu projecto?

3. Qual a principal diferença entre a carta das Nações Unidas e o Pacto da Liga das Nações, redigido por Thomas Wilson?

4. Qual foi o fenómeno a que esta instituição (pergunta 1) deu origem?

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Mais um pós-guerra

Conferências de paz e a definição das áreas de influência

Mesmo que a guerra ainda não tivesse terminado, as forças democráticas ocidentais - representadas por Roosevelt (e, quando faleceu, por Truman) e por Churchill - mostravam as suas preocupações, relativamente à reconstrução mundial, perante os sinais expansionistas evidenciados por Estaline. Desta forma, as sucessivas conferências eram incapazes de esconder a divisão mundial que se avizinhava em áreas de influência bastante opostas.


  • A conferência de Ialta
É considerada a mais importante de todas as cimeiras, graças aos reflexos que as suas decisões tiveram na definição da nova ordem internacional, tendo sido realizada em Fevereiro de 1945.
Os EUA, a Grã-Bretanha e Estaline concluíram que a Alemanha seria dividida em quatro zonas de ocupação, que seriam administrativamente tuteladas pelos Comandos Militares, que por sua vez seriam coordenados pelo Conselho de Controlo, cujos elementos eram os respectivos Comandantes-em-Chefe. Mesmo que a França não tenha participado na Conferência de Ialta, os outros três governos definiram que teria uma parte da Alemanha para tutelar. Para além de ser um gesto simbólico, era também uma maneira de enfraquecer a influência da URSS. Definiu-se igualmente, em Ialta, a divisão da Coreia: o norte, comunista, e o sul, capitalista.
Seguidamente, ficou definido que se iria realizar uma conferência em S.Francisco (EUA), para aprovar a Carta das Nações Unidas, tendo em vista a futura Organização das Nações Unidas.
Constatou-se a grande importância de redifinir as fronteiras dos Estados que tinham sido outrora ocupados pelo III Reich e agora tinham sido libertados (dentro do continente Europeu, tal tinha ocorrido graças, maioritariamente, à acção do Exército Vermelho). Nesses países, definiu-se que o povo teria a hípótese de, em eleições "livres", escolher qual o governo que pretendiam: capitalista ou comunista.
Também ficou definido o valor das indemnizações que seriam pagas aos Aliados, que seriam primeiro pagas à URSS, pelo enorme contributo para inverter o rumo negativo do conflito bélico. Menores partes seriam seguidamente pagas aos EUA e à Grã-Bretanha.
Por último, menciona-se a verificação da superintendência política da Sérvia, representada pelo Marechal Tito, sobre as outras nações da Federação Jugoslava.
Conclui-se que a conferência de Ialta foi uma confirmação das indubitáveis facções ideológicas, considerando a defesa do comunismo e a do capitalismo. Também ficaram bem claros os interesses geostratégicos antagónicos.

  • Conferência de Potsdam
Esta conferência foi realizada em Julho de 1945, imediatamente após à capitulação alemã. O seu grande propósito era conseguir novos avanços, no caminho de uma paz duradoura. Porém, as divergências de interesses estratégicos inviabilizaram o consenso acerca de mais soluções para os povos vencidos. Logo, apenas se pôde confirmar as deliberações tomadas em Ialta e poucas mais quanto à Alemanha.
A Alemanha teria de sofrer um processo de desnazificação, ou seja, o Partido Nazi teria de ser extinto efectivamente e os criminosos de guerra teriam de ser julgados. Para o efeito, foi criado o Tribunal de Nuremberga.
Também se procederia à desmilitarização e, para tal, à destruição das indústrias bélicas que haviam suportado o nazismo.
Finalmente, ficou definido que, quanto à Alemanha, Berlim teria um estatuto especial: graças à força de divisão do território, ficou encravada na área de influência soviética. Logo, foi também dividida em quatro áreas de ocupação.
Foi, em Potsdam, confirmado o valor das indemnizações a ser pago aos Aliados.
Finalmente, confirmaram-se as novas fronteiras e ainda se redefiniu o mapa político europeu, sobretudo da Europa Central e de Leste. Constatou-se que os antigos Estados-Satélite (Checoslováquia, por exemplo) tinham sido prejudicados em detrimento da URSS.
  • Definição de áreas de influência
O novo traçado da Europa, enquanto consequência de Ialta e de Potsdam, não foi capaz de esconder a divisão do continente em duas zonas.
A ocidente do meridiano 12, era a Europa atlântica, destruída e reconstruída graças às ajudas económicas providenciadas pelo governo norte-americano, em cuja esfera de influência acabaria por cair (a influência capitalista).
Por outro lado, a leste desse meridiano, era também a Europa devastada, liberta da ocupação nazi, graças à acção do Exército Vermelho. Nela, ascendem ao poder governos comunistas pró-soviéticos. É formada pela Hungria, Roménia, Polónia, Bulgária, Checoslováquia e Republica Democrática Alemã (RDA). A Albânia e a Jugoslávia tambem aderiram ao regime socialista, embora se tenham afastado da esfera soviética.
Esta divisão reforçou a desconfiança quanto às posições de Estaline. Consequentemente, endureceu as posições dos dois blocos geopolíticos.


Líderes governamentais reunidos em Ialta









Divisão da Alemanha                                                                                      










Líderes reunidos em Potsdam                                                               


 





Europa, após 1945 e até à queda do muro de Berlim

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Os antecedentes da II Guerra Mundial

Antes de 1939, a situação política mostrava-se já bastante caótica, sobretudo dentro do continente europeu, mas também no asiático e no africano.
Uma vaga de regimes ditatoriais invadira o globo: Alemanha e Áustria(1933), Itália (1922), Bulgária, Letónia e Estónia (1924),Portugal (1926), Grécia (1936), Roménia (1938), Espanha (1939), U.R.S.S. (1917). Esta situação explosiva de autocracias abarcava também o continente sul-americano, com a implantação no Brasil, na Argentina e no Chile, em consequência de golpes de Estado - que estavam apoiados nas forças armadas e no proletariado urbano -, e no continente asiático, mais especificamente no Japão, no ano de 1926.
Relativamente à implantação da ditadura em Espanha, esta deveu-se à vitória dos Franquistas na Guerra Civil. Os franquistas tinham tido o apoio da Alemanha e da Itália, em que se pode constatar, pelo bombardeamento de Guernica, que este conflito interno foi uma antevisão da segunda guerra, dado que Hitler testou o armamento em Espanha, sendo mais significativo a Legião Condor.
Todavia, não foi só a incessante implantação de totalitarismos que levou ao segundo conflito bélico à escala mundial. A realidade é que podemos igualmente apontar o Tratado de Versalhes, que tinha sido realizado em 1919. O Diktat, assim apontado pela propaganda alemã, era referido como sendo o motivo para todos os males do país e da humilhação da Alemanha Nazi, sobretudo no período do Führer.
Registaram-se várias infracções às sanções que tinham sido determinadas para a Alemanha - a remilitarização, a instituição de várias indústrias de armamento, sendo a mais conhecida a IG Farben, foram as infracções mais significativas.
Quanto à Itália, o ódio ao Tratado tinha diferentes origens. Tendo lutado em cooperação com a frente dos Aliados, não vira as suas expectativas satisfeitas com as Conferências de Paz, no primeiro pós-guerra. Os restantes aliados não lhe concederam mais nenhum território.
A própria instituição da Sociedade das Nações foi a causa efectiva do segundo conflito à escala mundial. Uma instituição que, de acordo com os planos iniciais do presidente Wilson, se destinava à promoção da paz e à satisfação das necessidades primordiais das populações, manteve os seus olhos fechados. A invasão da Manchúria pelo Japão, em 1931, e seis anos depois da China; a invasão da Etiópia, em 1935; a invasão da Checoslováquia, em 1938 - nenhuma delas foi levada a "sério" pela Liga das Nações. De facto, as contra-invasões da Checoslováquia, da Manchúria, da China, da Etiópia não seriam viáveis.
Já foram aqui abordadas as questões políticas e geoestratégicas. De seguida, as causas económicas.
Como já foi explicado neste blog, numa mensagem anterior, o Crash apenas foi a gota que transbordou. Foi a globalização da crise ou a Grande Depressão que, genericamente, levou Hitler a implantar as indústrias de armamento, dado que necessitava de resolver a questão dos seis milhões de desempregados.
Dia 1 de setembro de 1939, a  Alemanha Nazi invade a Polónia, oficializando o início da II Guerra.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Salazar

Check out this SlideShare Presentation:

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Estalinismo

Aquando da morte de Lenine, em 1924, o problema delicado da sua sucessão levou às disputas, dentro do Partido Comunista.
Estaline, o secretário-geral do partido, desde 1922, venceu as eleições, levando a melhor sob a facção mais à esquerda, liderada por Trotsky, e também sobre a facção direita, agrupada em torno de Zinoviev, Kamanev e Boukharine.
A tese de Joseph Staline defendia a consolidação da Revolução Bolchevique primeiro dentro da U.R.S.S. e, uma vez correctamente consolidada, avançar-se-ia para a expansão dos ideais comunistas a uma escala mais global. Era a tese da revolução num só país. Por outro lado, Trotsky admitia uma revolução constante e universal.
Estando Estaline à frente do poder, inicia-se de imediato um processo de controlo absoluto da totalidade das estruturas do poder e da direcção do partido. Foi este processo que o tornou no chefe incontestável  da Rússia Soviética, em 1928.
A sua acção política é realizada em torno de dois propósitos fulcrais, até 1953: a construção irreversível da sociedade socialista e a transformação da União das Repúblicas Socialistas e Sovietes numa gigantesca potência mundial - o que ocorreu, com a vitória dos Aliados, na Segunda Guerra Mundial. Para tal, adpotou como estratégias a colectivização e a planificação da economia e, por outro lado, a instauração de um Estado totalitário.
Quanto à colectivização da economia, reforça o Centralismo Democrático, paralelamente ao reforço do Centralismo Político, iniciado por Lenine, durante o Comunismo de Guerra.
A partir de 1928, terminou a NEP, que admitia a necessidade do sistema capitalista afim de reconverter o rumo da crise, e com o respectivo processo liberalizador. Arranca efectivamente para a nacionalização de todos os sectores económicos. Assim, empreendeu a grande viragem para o socialismo.
Cinco anos posteriormente, praticamente não restava propriedade privada na URSS: o Estado Russo Soviético tinha nacionalizado o subsolo, as instalações fabris, as redes de distribuição do comércio, de capitais e de outros rendimentos.
Antigos proprietários tornavam-se meros assalariados. Este processo sofreu uma grande oposição pelos Kulaks e pelos Nepmen, originando uma repressão massificada.
Dessa repressão resultaram milhões de mortos e deportados para os campos de trabalhos forçados. Era uma manifestação quer da força quer da autoridade do centralismo democrático estalinista.
Já que a propriedade privada fora elimitada com a nacionalização, o Estado Soviético opta pela implantação de uma rigora planificação dos sectores económicos, radicalmente antagónica aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência, regentes da economia capitalista do mundo ocidental.
A economia soviética era integralmente dirigida e subordinada aos planos fixados por Estaline, ou seja, pelo Estado.,
Quanto à planificação, a propriedade rural foi organizada segundo dois tipois de propriedades, apoiadas por grandes parques de máquinas. Logo se constata que a planificação da agricultura tinha em vista a mecanização. Assim, tem-se os Kolkhozes e os Sovkhozes. Os Kolkhozes eram propriedades de dimensão considerável, trabalhadas pelos camponeses, geralmente da mesma região. Os Sovkhozes eram grandes propriedades dirigidas directamente pelo Estado. Habitualmente reduzido, os trabalhados tinham um salário fixo.
No que toca ao sector comerical, este foi organizado em cooperativas de consumo local em armazéns de dimensão estatal, como a propriedade rural.
A indústria foi organizada sob os Planos Quinquenais, os quais admitiam um desenvolvimento industrial em sucessivos períodos, cuja longevidade era de cinco anos. O primeiro plano, entre 1928 e 1933, deu total prioridade à indústria pesada. Estaline queria criar sólidos fundamentos para programas industriais futuros, que fossem garantidores da independência económica do país - observa-se o desejo para a concretização do ideal autárcico, também pois era o único país com o sistema socialista. Este primeiro plano serviu de fomento à construção de redes de comunicação, de exploração de matérias-primas e de produção de géneros alimentares. Seguidamente, o segundo plano quinquenal, realizado entre 1933 e 1938, visava o desenvolvimento da indústria bélica e alimentar. A preocupação de Estaline relativamente à autarcia também se manifestou com o preenchimento das carências da população. Por isso, aumentou a qualidade de vida das pessoas. O último plano quinquenal viria a realizar-se entre 1938 e 1943, embora tenha sido interrompido pelo início da II Guerra. Pretendia o desenvolvimento do sector energético e das indústrias químcas.
Os planos quinquenais foram recomeçados após 1945, com o final do conflito. Os seus objectivos foram direccionados para a recuperação económica e para a investigação científica.
A autoridade central teve como duas manifestações a colectivização e o sucesso dos planos quinquenais.
Dada a debilidade económica da Rússia Soviética, a investigação estalinista somente foi concretizada graças a uma disciplina forte, pois a maioria da produtividade provinha dos campos de trabalhos forçados. Deveu-se igualmente Às deportações massificadas dos trabalhadores. Também se apelou ao interesse pessoal, com a atribuição de prémios, que podiam chegar até à glorificação pública. Refere-se também o indubitável contributo da acção propagandística, responsável pela instituição do culto a Estaline e ao Estado Soviético.
Apenas num país, com as características que a URSS tinha, um poder central com autoridade ilimitada seria capaz de manter a unidade pretendida. Estaline instituiu esse tipo de poder.
Quer a colectivização quer a planificação da economia são duas das manifestações do líder da URSS. Logo, registou-se uma evolução do centralismo democrático para uma ditadura. Todavia, não era a ditadura do proletariado, mas sim a ditadura do Partido Comunista. O dirirgente máximo e Presidente da República era Estaline.
Desde 1924, o líder empreendeu uma maquiavélica perseguição a todos os possíveis opositores do regime. Eliminou potenciais concorrentes do poder, tal como ocorrera com Trotsky. Em 1939, praticamente todos os velhos bolcheviques estavam afastados do Partido, pois tinham sido condenados à morte ou aos campos de concentração. Ainda podiam ter sido expatriados.
Tal como já mencionei, a liberdade económica foi extinta com a planificação e com a colectivização da agricultura, do comércio e da indústria, ou seja, de todos os sectores económicos da Rússia Soviética.
A Rússia tornou-se oficialmente num Estado autocrático com a promulgação da Constituição de 1936. Na prática, em nada divergia dos totalitarismos de direita que se afirmavam no resto do Continente Europeu, à excepção do repúdio ao socialismo, que estes últimos defendiam.
Afirmou-se uma elite de quadros do partido - os seguidores incondicionais de Joseph Stalin. Tratava-se da nomenklatura, a qual sustentava a força política disciplinadsamente, numa extrema manifestação da burocratização dos exagerados poderes detidos pelo Estado.
Deu-se a arregimentação das massas, em organizações próprias para o efeito, feitas pelo Partido, desde a fase infantil. Era uma das tantas formas de controlo da ideologia política.
Praticou-se o culto do Chefe e do Estado, ao ter em atenção as manifestações culturais, que eram condicionadas pela persistente e exaltada divulgação dos grandes feitos e da própria figura de Estaline.
Fez-se o culto da violência e negaram-se os direitos humanos, pois a feroz polícia política -a NKVD - perseguia, prendia, julgava e condenava às mais arbitrárias condições. Sobrepunha-se às mais básicas manifestações de independência do poder judicial. A população da Rússia Soviética desconhecia o termo "liberdade ideológica". O governo de Estaline ia até à privação da liberdade de circulação dentro da União. As pessoas eram forçadas a circular com o passaporte.
É fácil inferir que nada escapava ao controlo do Chefe da URSS.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

De saída...

Despeço-me deste blog, e de futuro encontrar-me-ão neste endereço - clique aqui.

Obrigada, beijinhos, e boa sorte Joana ;)

Raquel.