quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Heinrich Himmler - a sombra de Adolf Hitler

Heinrich Himmler nasceu a 7 de Outubro de 1900, em Munique. Tendo-se alistado como soldado já na primeira guerra à escala global, Himmler tornou-se membro do Partido Nazi em 1925 e chefe das SS ("Secções de Segurança") em 1933. Teve a inteira responsabilidade da criação do primeiro campo de concentração em Dachau , enquanto o braço direito de Adolf Hitler. Inúmeros autores consideram que Himmler foi ainda mais violento e sinistro do que o próprio Führer.
Este sujeito era doente, frágil, de baixa estatura (medindo apenas 1,74 metros) e - como os outros nazis, aliás - cultivou desde jovem o sonho de um mundo perfeito, dominado por uma raça perfeita - a ariana, de que os alemães eram os representantes directos. Nesse mundo, o cristianismo - considerado por Himmler como "a maior peste alguma vez criada na história" - daria lugar a uma religião baseada nos velhos mitos do povo ariano.
Dos 30 milhões que as cabecilhas nazis tencionavam aniquilar, Himmler foi o responsável directo por seis milhões de mortes de judeus. A extinção da raça judaica era imperativa.
Nomeado Ministro do Interior em 1943, numa tentativa de acabar com o derrotismo que se seguiu à conspiração de Julho e, em 1944, tornou-se comandante-chefe das forças nacionais. Em Abril de 1945 apresentou uma proposta aos Aliados segundo a qual a Alemanha se renderia aos Estados Unidos e ao Reino Unido mas não à URSS, proposta essa que foi rejeitada. Foi capturado em Maio de 1945 tendo-se suicidado. 
Relembro que os seis milhões de judeus assassinados são apenas uma estimativa. Continuam a encontrar-se cada vez mais valas comuns. O número de cadávers sobe.
 
 

Convido-vos a comentarem os vídeos que aqui se seguem.



Observem os rostos dos judeus no vídeo que se segue





O que eu sinto ao ver estes pequenos filmes?

Agonia

Repulsa

Medo

Isto ocorreu há menos de 100 anos. Ainda existem sobreviventes (felizmente que houve sobreviventes) dos campos de concentração, trabalho e de extermínio.




Enquanto fazemos aqui relatos históricos, tentamos sempre não fazer juízos de valor, sermos imparciais. Foi-me totalmente impossível fazer isso. Tanta destruição, o extermínio, o sofrimento absurdo que originaram - não há palavras para descrever a 2ª Guerra Mundial e o ódio que, pessoalmente, suscita.

Este trabalho foi realizado pela Joana Oliveira

Os anos 20

Ocorrem mutações sócio-comportamentais no início do séc. XX, sobretudo nos anos 20: a vida urbana transforma-se, as sociedades tradicionais desagregam-se, o trabalho desumaniza-se, verificam-se inéditos comportamentos e conceitos da vida familiar. Tudo viria a culminar numa forte crise de valores do ocidente.
Em primeiro lugar, observou-se uma crescente concentração industrial, comercial, no espaço urbano, que tornou esse espaço num foco de atracção das populações rurais, dado que tal concentração era devida a um aumento da oferta de emprego - as indústrias intensificam a sua localização nas cidades. É importante mencionar que o campesinato da civilização ocidental era alvo de condições significativamente precárias. Desta maneira, a população rural estava à procura de uma melhoria de condições de vida.
Tal afluência aos centros urbanos transformou radicalmente as cidades para autênticos núcleos gigantescos, que podiam atingir dezenas de km2 de extensão, albergando milhões de pessoas. Estas cidades levariam ao nascimento de grandes metrópoles. Ocasionalmente, estas metrópoles podiam engolir centros ubranos limítrofes, transformando tais metrópoles em megalópoles, que eram centros populacionais, que colocavam cada vez em maior evidência, características da modernidade.
As sociedades queriam deixar para trás a tão preniciosa estagnação sócio-comportamental. As pessoas queriam evoluir! Desejavam trabalhar perto das máquinas, junto da velocidade (ver documento da "Ode Triunfal" - o leitor poderá constatar que, pelo verso 5, "Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno", há um carinho pela maquinaria, que dentro deste contexto é sinónimo de mudança, de evolução).
Por conseguinte, é notável uma ruptue com os padrões de vida tradicionais, pela crescente sociabilidade urbana. Estávamos perante uma sociedade tão incrivelmente desenraizada, graças a que as grandes metrópoles, tal como as megalópoles, eram habitadas por indivíduos que tinham abandonado os respectivos núcleos familiares e que perderam as suas raízes familiares. Surgem dispersos em mundos que lhes eram desconhecidos, nos quais se submetiam a novos ritmos de trabalho e de vida. Estas pessoas, particularmente o operariado, aproveitava todos os minutos livres - evidenciando uma extrema racionalização do quotidiano. Assim, é possível constatar que o mundo urbano desproporcionava o enraizamento das populações, devido ao anonimato e à precariedade dos vínculos laborais subjacentes às novas metrópoles.
Logo, as solidariedades tradicionais desagregam-se e há uma enorme dificuldade em construir relacionamentos sólidos. As novas relações são caracterizadas pelo forte anonimato, encarado como gerador de desconfiança constante, e pela superficialidade e solidariedades. carácter abstracto. A própria organização do trabalho - em que a linha de montagem do taylorismo constituída a melhor imagem - propicia essa dificuldade de constituição de novas solidariedades. Note-se que o patrão capitalista fomenta o individualismo e o anonimato entre os seus trabalhadores, porque estava ciente do "perigo" que constituía, para os seus interesses, o associativismo operário.
Perante tais dificuldades, evidencia-se a desumanização do trabalho. O trabalho em série, a estandardização e a produção massificada tendem a vincular gradualmente o operário ao processo produtivo, subordinando-o a normas padronziadas, tal como a práticas desumanizadas. A materialização da vida humana (isto é, cada operário significava uma "coisa", algo que, em conjunto, aumentava a produtividade e, por conseguinte, a rentabilidade do patrão a que ele estava subordinado) é uma conjuntura que propiciava a sua exponenciação. Era frequente observar o patrão capitalista a aproveitar-se das necessidades materiais dos agregados familiares urbanos, como um meio para lhes exigir a total dedicação ao trabalho, pelas remunerações, mesmo sendo precárias. proporcionais à produtividade. O próprio operário acaba por substituir os tempos de lazer por outras ocupações, materialmente rentáveis, o que demonstra o quanto era comum que o indivíduo tivesse mais do que um emprego. Por isso, o trabalho racional evidencia uma tendência para se tornar num trabalho alienante ao transformar o Homem para um escravo da actividade profissional e dos valores materiais.
Consequentemente, as transformações da vida humana englobam igualmente os comportamentos inéditos, pois a vida urbana é fortemente caracterizada pela despersonalização dos comportamentos, dado que a estandardização do trabalho exigira a estandardização do quotidiano do operário. Por isso, a cultura do lazer torna-se numa das tantas novidades da nova sociabilidade urbana. Para ocuparem os tempos livres, os espaços públicos proliferam efectivamente, como os cafés, as esplanadas, os jardins, os clubes recreativos, salões de baile, cinemas e, por último, os recintos desportivos. As populações não estavam minimamente importadas com os tradicionais constrangimentos sociais. Queriam viver intensa e freneticamente, aproveitar todo o tempo disponível ao máximo! Daí que se caracterizem os anos 20 como "Loucos" ou como "Ruidosos", dado o aparecimento de novos desportos relacionados com a velocidades, novos divertimentos, procurados por uma libertina e independente juventude. É a altura da moda, brutalmente vivida pelo sexo feminino, cada vez mais emancipado.
Finaliza-se esta década com a mudança de conceito familiar. Dão-se profundas alterações na moral familiar, graças à independência dos jovens casais e à crescebte naterialização, já aqui referida. O casamento por contacto extingue-se e nasce o casamento por amor e, devido à regulamentação do divórcio - que derivou da Laicização do Estado de alguns países, como  Portugal fez em 1911. Por outro lado, a sexualidade perde o estigma da sua função reprodutora, pela divulgação dos métodos de controlo da natalidade - os contraceptivos. Por isso, constata-se uma forte diminuição da taxa de natalidade, que se deveu também ao facto de a mulher agora se ausentar do lar e também ao custos em criar os filhos em concordância com prática de uma procriação responsável - mais assumida pelos casais.


Excerto da "Ode Triunfal", Álvaro de Campos - heterónimo de Fernando Pessoa
À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical --
Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força --
Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro,
Porque o presente é todo o passado e todo o futuro
E há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes eléctricas
Só porque houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão,
E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinquenta,
Átomos que hão de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do século cem,
Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e por estes volantes,
Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando,
Fazendo-me um excesso de carícias ao corpo numa só carícia à alma.
Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!
Ser completo como uma máquina!
Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!
Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,
Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento
A todos os perfumes de óleos e calores e carvões
Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!
Fraternidade com todas as dinâmicas!
Promíscua fúria de ser parte-agente
Do rodar férreo e cosmopolita
Dos comboios estrénuos,
Da faina transportadora-de-cargas dos navios,
Do giro lúbrico e lento dos guindastes,
Do tumulto disciplinado das fábricas,
E do quase-silêncio ciciante e monótono das correias de transmissão!


Aqui, o leitor consegue visualizar o quotidiano típico dos anos 20




Com estes dois vídeos, o leitor visualiza melhor a diferença na urbanização





Este trabalho foi realizado por: Joana Oliveira

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A relatividade e a psicanálise - o impacto

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Está aqui o meu trabalho em power point apresentado na passada sexta-feira, 4 de Dezembro. Feito por Joana Oliveira

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Sopa de Letras

Este jogo vai incidir na temática da Revolução Russa. Assim, as palavras a ser encontradas estarão relacionadas com esse tema.



Este trabalho foi executado pela Joana Oliveira e pela Raquel Filipe

Jogo Totalitarismos

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Feito por Joana Oliveira e Raquel Filipe

Palavras Cruzadas sobre a Revolução Comunista


Questões:

1. Facção maioritária do Partido Social-Democrata Russo; dirigido por Lenine, defendiam a luta de classes e impuseram a Ditadura do Proletariado.


2. A sua instituição deu-se no período do Comunismo de Guerra, sendo considerado o representante máximo do Proletariado; força política exclusiva.

3.Pseudónimo de Vladimir Ilitch Ulianov; liderou o Partido Comunista desde a sua fundação até 1924.

4. Primeira tentativa de revolução (1905); os liberais tentaram uma revolução, contudo a revolta popular foi esmagada pelas tropas fiéis: a 22 de Janeiro – cerca de 200 manifestantes foram mortos neste dia em frente ao Palácio de Inverno).

5. Desenvolvimento teórico e aplicação prática dos ideais de Marx e Engels na Rússia por Lenine.

6. Mês da revolução bolchevique – na qual foi derrubado o Governo Provisório.

7. Governo Provisório formado pelo Czar Nicolau II – os deputados eram figuras simbólicas; o governo continua despótico.

8.Conselhos de camponeses, operários, soldados e marinheiros da Rússia. Controlados pelos bolcheviques, apelavam à retirada da Rússia da I Guerra Mundial. Queriam o derrube do Governo Provisório e defendiam a colectivização da economia.

9.Medida do Comunismo de Guerra que permite a destruição do sistema capitalista e a colectivização da economia pela aniquilação da propriedade privada. O Estado dizia ser o gestor da totalidade dos bens colectivizados (era um meio, para atingir um fim).




Este jogo foi feito pela Joana Oliveira e pela Raquel Filipe

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A primeira República Portuguesa

A primeira República, em Portugal, foi instaurada em 5 de Outubro, 1910, pretendendo tornar-se num exemplo de evolução. Mesmo que tivesse introduzido várias reformas, deparou-se igualmente com dificuldades de várias ordens.
Os Governos Republicanos introduziram reformas no sector da educação, tal como na protecção do trabalho.
Os republicanos eram extremamente crentes na importância e na força da educação, afirmando, por conseguinte, “O Homem vai sobretudo pela educação que possui”. Assim, como reformas neste campo, refere-se a criação do ensino infantil, para as crianças dos quatro aos sete anos, a obrigatoriedade do ensino, dos sete aos dez anos. Para além disso, também foram criadas escolas de Ensino Primário, assim como Técnico, escolas Agrícolas, Comerciais e Profissionais, sobretudo numa tentativa de modernizar as infra-estruturas do país (incidente, particularmente, na agricultura). Tendo em vista a formação de professores primários (para melhor responder à grande afluência de inscrições de alunos nas escolas, dado a obrigatoriedade de ensino), fundaram-se, durante o período da Primeira República (1910-1926), “escolas normais”. Quanto ao Ensino Superior, tanto a Universidade de Lisboa, como do Porto foram criadas durante este período e, para promover o estudo nas classes mais baixas, concedeu-se um maior número de bolsas de estudo. Finalmente, ainda quanto às reformas no sector educativo, procedeu-se à criação das “escolas móveis”, que tinham como finalidade o ensino dos adultos, visto que a taxa de alfabetizarão na população adulta era ínfima.
Na protecção do trabalho do povo português, legislou-se, em 1910, o direito à Greve e, em 1911, a obrigatoriedade de um dia de descanso semanal. Oito anos depois, o Governo Republicano legisla o horário laboral, em que estavam definidas as oito horas de trabalho diário, ou seja, quarenta e oito horas de trabalho semanal e ainda os grupos de trabalho. Já no movimento sindical, deu-se o aparecimento dos sindicatos, graças ao facto de os trabalhadores terem ficado cientes da união da sua força e do poder que essa união tinha. Assim, para melhor defender os interesses dos associados, criaram-se os sindicatos. Já a União Operária Nacional (posterior Confederação Geral do Trabalho – abordar-se-á a evolução seguidamente) surgiu em 1914, cuja finalidade era a união dos sindicatos numa luta comum. Acabou por ser substituída, em 1919, pela Confederação Geral do Trabalho, sendo a entidade que unia a maioria dos sindicatos e que organizou grandes greves gerais.
Por último, o movimento feminista da emancipação da mulher que se estendia na Europa, assim como nos EUA, chegou igualmente a Portugal. Em 1909, é fundada a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e, no ano seguinte, contava já com quinhentas federadas dirigidas por Ana de Castro Osório e por outras lutadoras pela igualdade de direitos.
Apesar das reformas empreendidas durante este período e, como já se referira anteriormente, a Primeira República teve inúmeros obstáculos, que se debatiam na situação económico-financeira, na instabilidade política e na instabilidade e descontentamento social.
A situação económico-financeira, entre 1910 e 1926, era caracterizada por questões problemáticas de três ordens: agrícola, industrial e crise financeira. A agricultura, base da economia portuguesa, estava consideravelmente estagnada, devendo-se à divisão da propriedade na região Norte (notava-se um predomínio de uma estrutura minifundiária). Tal divisão dificultava significativamente o uso de maquinaria, observando-se que a agricultura portuguesa era caracterizada por um enorme atraso tecnológico. Quanto às regiões Centro e Sul, nem mesmo a grande propriedade melhorava a situação, considerando que os solos eram demasiadamente inférteis. Finalmente, refere-se que tanto o forte absentismo como o grande fracasso das reformas agrárias da Primeira República foram factores para que a situação da agricultura portuguesa no início do séc. XX piorasse. O sector da indústria estava, igualmente, a passar por uma grave situação, pois os sectores da conserva, têxteis, moagem, vidro, metalurgia, tabaco e fósforo eram incipientes, existindo uma ausência de indústria pesada (na figura ao lado, observa-se a fábrica de edredons dos Armazéns do Chiado). Relativamente às vias-de-comunicação, evidenciava-se um forte atraso, visto que não tinham sido feitas quaisquer obras desde a sua construção, no Fontismo. Finaliza-se a situação económico-financeira com a crise financeira, que era devida a um extremo défice orçamental e a um crescimento da dívida pública, assim como a uma desvalorização da moeda. A desvalorização da moeda foi devida à inflação galopante e à fuga de capitais – explicável pelo motivo de Portugal estar longe de atingir a auto-suficiência, tendo, por conseguinte, de importar géneros alimentares e produtos industriais. Para além disso, a entrada na 1ª Grande Guerra - note-se que fez com que o escudo português desvalorizasse cada vez mais. Visto que éramos um país pobre, longe da auto-suficiência e que o mundo entra praticamente à escala global no conflito, Portugal sentiria brutais dificuldades em importar - (ver rodapé) agravou a crise, resultando em elevados racionamentos, numa especulação constante, no aumento da dívida pública e no aumento do custo de vida, visto que os salários não acompanhavam a subida dos preços e até baixavam com as grandes desvalorizações (observar o gráfico abaixo - "Evolução do nível de vida em Portugal 1796-1990" -, em que é relevante o período 1910-1925).
A instabilidade política era uma situação complexa. Pouco depois de ter sido instaurada a república, surgem divergências no seio do Partido Republicano, incentivadas por ambições pessoais de poder. Houve, consequentemente, grandes cisões internas. Por isso, uma vez eleitas as diminutas fracções deste partido, traziam para o Congresso as suas próprias rivalidades, surgindo, assim, lutas políticas. Por outro lado, refere-se que a Constituição de 1911 foi preniciosa quanto aos poderes legislativo e executivo, por atribuir a grande maioria do poder legislativo sobre o executivo. Logo, a grande e constante e interferência do Congresso no Governo resultou na clara ineficácia da acção governativa, dado que os desentendimentos entre as reduzidas fracções do Partido Republicano impossibilitavam a constituição de maiorias parlamentares. Confirma-se a instabilidade política descrita por, durante os dezasseis anos de regência da I República, terem havido oito eleições para a Presidência da República, nove para Chefe de Estado, tendo sido nomeados quarenta e cinco governos.
O descontentamento social vivido durante o período que tem sido aqui tratado foi provocado por alguns factores, tais como a situação financeira ter sido tremendamente sentida pelos assalariados e classes médias, ameaçados pelo constante aumento da taxa de desemprego e também como o facto das classes populares (igualmente conhecidas como "o povo miúdo") viverem na miséria, visto que, mesmo tendo um emprego, eram precariamente remuneradas e esse não proporcionar qualquer protecção social e, por outro, de estarem expostos à exploração do patrono. Daí, ressurge o sindicalismo português (greves mais significativas em 1912, 1917 e 1924), que assumiu, por vezes, uma vertente extremista e violenta (os atentados bombistas ilustram esta situação). A instabilidade social também teve origem na Oposição, que sempre contestara a República e que era composta pela Igreja Católica, pelos proprietários e capitalistas e também pelas classes médias. A Igreja contestava o carácter anti-clericalista e o ateísmo republicano - graças ao facto de em 1911 se ter criado a Lei da Separação Igreja/Estado (significava que a Igreja não podia exercer, oficialmente, mais influências no Estado Português, por causa da laicização) e o Registo Civil. Foi apoiada pela mentalidade conservadora e católica, do país agrário. Os proprietários e os capitalistas estavam infelizes com o carácter demasiadamente popular da legislação republicana, receosos das vagas de greve e ameaças bolchevique. Assim, anseavam por um governo forte.
Perante estas dificuldades, era praticamente impossível que a república portuguesa não ruísse. O país estava saturado da crise-económica, da instabilidade política e social e havia unanimidade na vontade de um governo que fosse capaz de restaurar a ordem e a tranquilidade e trouxesse a Portugal o desafogo económico. Desta forma, em 28 de Maio, 1926, forças antidemocráticas e antiparlamentares, quase sem oposição, organizaram um movimento militar, levando a cabo um Golpe de Estado. Ficou, por conseguinte, instituído um regime de ditadura militar, que está ilustrado pelas mais relevantes personagens - Salazar e Craveiro Lopes (note-se abaixo de "28 de Maio" está "Data gloriosa da Nação"). Este novo governo, extinguiu as liberdades individuais, dissolveu-se o Congresso da República e eliminou a totalidade das instituições de inspiração liberal e democrática. Durou até 25 de Abril de 1974.






(rodapé)
Portugal estava dividido entre neutralistas e intervencionistas e envia tropas para Angola, colónia cobiçada pelos Alemães, em 1914. Todavia, só entra oficialmente no conflito em 1916.




Este trabalho foi feito pela Joana Oliveira.






quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Jogo

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domingo, 1 de novembro de 2009

A regressão do Demoliberalismo na Europa

A regressão do demoliberalismo deveu-se a alguns factores: ao Komintern (vemos ao lado uma imagem publicitária da III Internacional Comunista) e o impacto do socialismo revolucionário e, por outro lado, à emergência dos autoritarismos.
Em primeiro lugar, o Komintern (ou Internacional Comunista) tinha como propósito a difusão dos ideais comunistas pelo mundo, coordenado, por conseguinte, a luta dos partidos operários mundiais, a fim de fazer com que o marxismo-leninismo triunfasse em todas as nações. Observa-se que o III Komintern originou uma grande vaga de greves e outros movimentos revolucionários por toda a Europa: o proletariado sonhava com o “paraíso” na terra, isto é, um mundo que os defendesse, tal como a URSS. Assim sendo, o proletariado europeu via no marxismo-leninismo a redenção e na URSS a luz que guiava a Revolução.
Contudo, Lenine e Trotsky defendiam vários critérios para que tal pudesse acontece – para que se desse a difusão ideológica comunista, essa difusão deveria ser dirigida somente por partidos comunistas, criados a partir do modelo russo, e fiéis ao marxismo-leninismo. Era preciso igualmente que de modo a que os partidos sociais-democratas e socialistas se pudessem tornar em partidos comunistas, teriam de se libertar das tendências reformistas-revisionistas, anarquistas e pequeno-burguesas. Teriam de defender a Rússia Bolchevista e o centralismo democrático.
Realça-se que no pós-Primeira Guerra, havia perturbações em todos os estratos sociais. Por um lado, a burguesia industrial e financeira, mesmo possuindo capacidades para melhor resistir às condições adversas, assistiu à desvalorização do seu património – alguns sectores não foram capazes de evitar a falência. As classes médias urbanas, que eram dependentes de salários ou de outro tipo de rendimento fixo, mostraram grandes dificuldades, já que inúmeros assalariados, que não conseguiram resistir à sua pauperização, acabaram por cair na proletarização que tanto desdenhavam. Por outro lado, centenas de milhar de agricultores, independentemente de serem titulares de capitais próprios ou dependentes do sector financeiro, acabaram por cair na ruína; e, finalmente, o operariado urbano e rural caiu na miséria, resultante da taxa de desemprego em constante e exponencial crescimento.
Fundaram-se, desta maneira, partidos comunistas (entre 1918 e 1923). Na Alemanha, em 1918, organizam-se conselhos de operários, soldados e marinheiros e a facção mais à esquerda do partido social-democrata reúne armas contra a República Parlamentar de Weimar. Os revolucionários, que pertenceram ao Partido Comunista Alemão, auto-apelidavam-se de espartaquistas e proclamavam na capital alemã uma “república socialista”. Todavia, este partido comunista acabou por ser dominado pelas tropas fiéis ao Governo, aquando da execução dos líderes comunistas (observa-se na figura, ao lado, a imagem imortalizada numa escultura de Rosa Luxemburg, uma das líderes do Partido Comunista Alemão).
Já na Hungria, a Comuna ou a República dos Conselhos implanta-se em Budapeste, mas as pressões internas e externas dificultaram a governação, fazendo com que o dirigente do movimento se retirasse em Agosto de 1921.
Finalmente, na Itália, em 1919, os camponeses ocupam terras incultas. No entanto, o movimento comunista é derrotado, ao considerar o facto da greve dos operários metalúrgicos ter originado a ocupação de fábricas, mas que foram impedidos pela ausência de créditos bancários, tal como pelo acordo entre o Governo, o Partido Socialista e a Confederação Social de Trabalho.
É nesta altura que surgem os autoritarismos. O surto de movimentos revolucionários, baseados na ideologia comunista russa incute medo na grande burguesia, proprietária e financeira, nas classes médias de funcionários e pequeno-burgueses – eram patriotas, amantes da ordem e cornservadores).
Por conseguinte, estes sectores conservadores organizaram-se em movimentos de reacção ao avanço do comunismo, tendo lançado campanhas anticomunistas, de carácter violento e agressivo. Apelaram também ao orgulho passado, ou seja, à grandeza do passado, à ordem, tal como à estabilidade que tinham culminado na grandeza das nações, contrastando com as doutrinas socialistas que, com o seu internacionalismo, questionavam a coesão nacional. As classes, já referidas, denunciavam a incapacidade dos governos democráticos de resolverem a crise económica e a instabilidade social, assim como as fragilidades do parlamentarismo, que tinham sido geradas nas permanentes lutas partidárias, consideradas inviabilizadoras da acção governativa. Organizavam, armam e financiam milícias populares, com a finalidade de espalhar o terror entre as organizações socialistas. Finalmente, procuravam o apoio das altas patentes militares, preparando-se para a luta política.
Como efeito, começam a surgir soluções autoritárias de direita – conservadoras e nacionalistas - , sobretudo nos países onde a democracia liberal não dispunha de raízes sólidas e/ou nos lugares onde a Primeira Grande Guerra provocara gravíssimos problemas económicos, humilhações e insatisfações.
Começam a surgir regimes autoritários (de extrema direita): em primeiro, na Itália, onde Mussolini com a Marcha sobre Roma obriga o Rei Vítor Manuel II a nomeá-lo chefe do executivo (como se pode observar na figura ao lado - Mussolini a apelar aos seus militantes) Assim sendo, o fascismo fica implantado neste país desde 1926, servindo de modelo e de inspiração ao resto da Europa por mais de vinte anos.
Na Espanha, entre 1923 e 1930, vive-se a ditadura militar de Manuel Rivera, tendo contado com o apoio do Rei Afonso XII. Afim de acabar com a instabilidade sociopolítica, Rivera suspende a Constituição, dissolve as Cortes e suprime os Partidos Políticos. Por último, na Alemanha Hitler e o seu putsh, em 1923, dirigido contra a República Parlamentar de Weimar.
Conclui-se que a emergência dos autoritarismos confirma a regressão do demoliberalismo (abaixo, vêmos uma imagem que caracteriza o "putsch" de Adolf Hitler).





Esta síntese foi feita pela Joana Oliveira.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Os Tratados de Paz no pós-guerra da I Guerra Mundial

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) deveu-se a vários factores, como a forte concorrência comercial entre os países europeus, sobretudo na luta pelas colónias em África – questão do Mapa Cor-de-Rosa –, assim como as tendências nacionalistas – pan-germanismo e pan-eslavismo. Esta guerra termina, oficialmente, em 11 de Outubro de 1918, quando a Alemanha assina o armistício.
Seguidamente, tornou-se fulcral restabelecer a paz. Logo, a Conferência de Paz iniciou-se em Janeiro de 1919, em Paris, em que sobressaíram três países: a França, com Clemenceau, A Grã-Bretanha com Lloyd George e, por último, os Estados Unidos da América com Thomas Wilson.
No Congresso Norte-Americano, Wilson lê os “14 pontos” (doc. 1, pág. 12, O Tempo da História) sobressaem algumas questões. Em primeiro lugar, constata-se que o presidente defendia Convenções de Paz, para que todos os povos em questão fossem convidados, efectuando, por conseguinte, uma diplomacia transparente (“…a democracia agirá sempre francamente e à vista de todos”- ponto 1). Aborda igualmente, no segundo e terceiro pontos, a questão económica do pós-guerra, relativamente à liberdade absoluta de navegação nos mares, abolindo o Mare Clausum de alguns países e relativamente à abolição das taxas alfandegárias para todas as nações, promovendo um comércio mais liberal (“Liberdade (…) de navegação (…) fora das águas territoriais…” – ponto 2; “Supressão de todas as barreiras económicas…” – ponto 3). Verifica-se que Wilson também defende a redução do armamento para níveis mínimos (“…os armamentos serão reduzidos ao mínimo compatível com a segurança interna”). Por outro lado, constata-se um interesse para que os povos Europeus proporcionassem autonomia política à Rússia (“…com a finalidade de dar à Rússia toda a latitude para decidir (…) sobre o seu desenvolvimento político e a sua organização internacional.” – ponto 6) – dado que estava a passar por Revoluções Comunistas nesta altura –, assim como prevê que a região da Alsácia-Lorena seja indemnizada pelos prejuízos causados no decorrer da história. Defende igualmente que seja elaborado um novo mapa geopolítico e que à Roménia, à Sérvia, ao Montenegro e às regiões Turcas do antigo Império Otomano sejam concedidos todos os direitos de liberdade comercial, quer terrestre, quer marítima e que, por outro lado, seja reconhecida a independência política desses povos. No final dos 14 pontos, Wilson admite que é categórico que seja constituída uma organização das nações, a fim de assegurar as suas necessidades primordiais (independência política e integridade territorial).
Por conseguinte, seguiram-se alguns tratados de paz, a partir de Junho de 1919- Tratados de Versalhes, de Saint-Germain-en-Laye, de Trianon, de Neuilly e de Sévres, em que sobressai, efectivamente, o Tratado de Versalhes. Este tratado toma lugar em Versalhes a 28 de Junho, que visava a paz entre as potências aliadas e a Alemanha.
Assim sendo, fica definido pela Entente que a Alemanha procederia a uma desmilitarização de 50km da margem direita do Rio Reno e total da faixa esquerda, assim como perderia a sua frota de guerra e viria o seu exército desprovido de artilharia e também de carros de assalto. Ficou também acordado que o serviço militar deixava, nesse momento, de ser obrigatório, ficando, por conseguinte, reduzido a 100 000 homens. Ainda relativamente às sanções militares, as potências aliadas definiram que o Estado-Maior da Alemanha seria, efectivamente, extinto.
Por outro lado, a Alemanha perde 1/7 do solo nacional -graças às alterações geo-políticas -, como a totalidade do seu território colonial e também 1/10 da população (os mortos e os desaparecidos totalizavam dois milhões de pessoas).
Economicamente, ficou sentenciado que, visto que a Alemanha reconhecia que ela e os seus aliados eram responsáveis por terem causado os males durante a 1ª Guerra Mundial, ela teria de pagar uma determinada indemnização, que viria a ser ficada pela Comissão de Reparações. Finalmente, as minas de carvão localizadas na bacia do Sacre seriam, imediatamente, cedidas à França.
Observa-se que os povos vencedores procuraram eliminar todas as maneiras que a Alemanha poderia ter de se reorganizar para depois se vingar das potências aliadas (EUA, Grã-Bretanha, Japão, França e Itália).
Por outro lado, constata-se que o Tratado de Versalhes foi, maioritariamente, uma vingança da França para com a Alemanha, que se verifica com a questão da Alsácia-Lorena (fica acordado no Tratado de Versalhes que esta região pertencia à França)
Conclui-se que com o final desta 1ª Guerra Mundial, se inicia uma nova ordem internacional, dado que se procedeu ao desmorenamento das monarquias militaristas dos Habsburgos (Império Austro-Húngaro), dos Hohenzollern (Império Alemão), dos Czares Romanov (Império Russo) e, finalmente, dos Sultões (Império Otomano). Assim sendo, a guerra de 1914-1918 marcou tanto o início do séc. XX europeu e do mundo do ocidente, como marcou o princípio do fim da hegemonia europeia.




Feito por Joana Oliveira. Julgo que a síntese é um método de estudo que se adequa a mim, pois tenho toda a matéria, relativa a um determinado assunto, aí aglomerada.