Argumentos pró:
A globalização permite que camadas pobres da população ou que regiões do Mundo que atravessam dificuldades económicas sejam capazes de usufruir dos benefícios materiais proporcionados pela expansão do sistema capitalista.
Quando unidades industriais e comerciais são instalados nestes espaços, proporciona-se à população o acesso a novas e melhores (na teoria) condições de trabalho e a produtos que antes eram por eles ignorados.
O argumento dado é confirmado pelo facto de as economias do continente sul-americano beneficiaram extraordinariamente da globalização, assim como as economias dos NPI (do continente asiático, mais especificamente, do sudeste). Pretende-se ainda que este usufruto chegue rapidamente ao continente africano.
Argumentos contra:
O crescimento económico, no âmbito da globalização, acentuou as desigualdades entre os dois hemisférios: o hemisfério norte, desenvolvido; o hemisfério sul, subdesenvolvido.
Seguidamente, os interesses capitalistas não olham aos interesses das populações, que, efectivamente, contribuem para o seu desenvolvimento, ao constituírem-se como mão-de-obra (barata e menos qualificada profissionalmente ou mais cara e mais qualificada) e consumidores.
A deslocalização das empresas (transferência total ou parcial da produção de uma empresa de um país para outro, fundamentada pelas vantagens de custos – salários/impostos/matéria-prima) é um martírio que assola os países que têm uma significativa dependência externa. Segundo a lógica capitalista, as multinacionais não hesitam em encerrar as unidades industriais ou comerciais onde os lucros diminuíram e deslocalizá-las para outras regiões onde haja potencialidades de rendimentos mais prósperos. O seu objectivo é melhor aproveitar as condições locais de trabalho.
Para além disso, deu-se a desregulação das economias nacionais, causada pela globalização económica, dada a incapacidade dos mercados locais concorrerem com as economias transnacionais. Seria o caso da economia da Etiópia concorrer com a economia norte-americana.
Mas os argumentos não param por aqui: a uniformização do mercado mundial pouco olha às especificidades regionais, sejam elas económicas, políticas ou culturais. Logo, contribui-se incessantemente para a crise do Estado-Nação.
Por último, há que referir que o desenvolvimento atrevido do capitalismo tem vindo a ser acusado pela degradação do ambiente (os cépticos podem refutar este raciocínio), assim como pela universalização de males como o terrorismo e a generalização de pandemias.
"Quando unidades industriais e comerciais são instalados nestes espaços, proporciona-se à população o acesso a novas e melhores (na teoria) condições de trabalho e a produtos que antes eram por eles ignorados."
ResponderEliminarExactamente apenas em teoria.
Quanto aos produtos pode ser verdade que esses fiquem disponiveis onde antes não existiam, como também é verdade que geralmente esses produtos estão fora do alcance dos proprios trabalhadores que os fazem. Como é por exemplo o caso conhecido recentemente dos iphones que são produzidos na china.
Quanto ás condições de trabalho, pode acontecer uma melhoria mas são casos isolados, porque regra geral, é com o objectivo de contratar mão de obra com condições abaixo das que usufruem os trabalhadores dos paises de origem dessas mesmas unidades industriais/comerciais, que essas empresas se deslocam para os paises subdesenvolvidos e em vias de desenvolvimento. É claro que se pode supor que as condições criadas pelas multinacionais estrangeiras mesmo sendo mais baixas, podem ser mais elevadas do que as que existiam anteriormente, mas mesmo assim não pode ser um argumento pro-globalização, pois existiam outras maneiras de os trabalhadores desses países atingirem as mesmas condições de trabalho e de vida dos trabalhadores dos paises desenvolvidos, sem serem vitimas do imperialismo economico.