terça-feira, 11 de maio de 2010

11 de Setembro e a hegemonia político-militar norte-americana




Esta compilação, feita por uma jornalista da RTP, Margarida Neves de Sousa, retrata devidamente os acontecimentos de 11 de Setembro.
"Foram actos de guerra" - proferido pelo presidente, na altura, dos EUA, George W. Bush. Uma desculpa ou uma reacção para a defesa nacional? Mesmo que ainda não se tenha apurado a verdade, com o rigor histórico desejável, a verdade é que a invasão do Afeganistão, a guerra posteriormente declarada ao Iraque vieram confirmar que os EUA, com o final da guerra fria, se tornaram realmente nos polícias do mundo. Enquanto Bill Clinton ainda mostrava algumas reservas em afirmar esta hegemonia político-militar das consecutivas administrações norte-americanas ("Não somos nem podemos ser os polícias do Mundo (...) onde os nossos interesses e os nossos ideais o exigem, e sempre que tivermos a hipótese de deixar a nossa marca, agiremos, e, se necessário, assumiremos o papel de líder." - pág. 27, documento 11, manual 3), George W. Bush, filho, é já bastante directo: "Entreguem às autoridades americanas todos os dirigentes da Al-Qaeda que se escondem no vosso território. Fechem imediatamente (...) todos os campos de treino terroristas no Afeganistão e entreguem os terroristas às autoridades competentes. Estas exigências não estão sujeitas a discussão ou a negociação (...) Cada país (...) ou está connosco, ou está com os terroristas..." - pág. 28, documento 12 A, manual 3).
Evidencia-se, no campo das relações internacionais, um retrocesso. Se, em 1939, após a invasão da Polónia pelas tropas nazis, e das pressões anglo-francesas, vários países declaram uma política de neutralidade, num conflito que ainda duraria cinco anos, como foi possível que os EUA passassem a esta visão a preto e branco? Mais interessante, provavelmente, foi o Congresso deste país, que, em 1919, não ratificou o Plano da Sociedade das Nações, pois o mesmo afirmava que, se um membro da SDN visse a sua segurança nacional ameaçada, os outros o ajudariam, ou seja, não assinou pois não queria ir para a guerra meramente para apoiar uma causa que nem era a sua.

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