domingo, 30 de maio de 2010

Dúvidas sobre o Estado-Nação

Desde os finais do século XX, o Mundo tem aparentado evoluir para uma realidade aparentemente contraditória àquela que tinha sido definida no final do século XIX – o princípio das nacionalidades “ a um povo corresponde uma Nação, a uma Nação corresponde um Estado”.
A eclosão de novos nacionalismos separatistas (em África, no Médio Oriente e na Península Balcânica têm-se observado as situações mais relevantes), tendo em conta a crescente afirmação de novas realidades étnicas.
Como tal, os Estados-Nações mostram estar a evoluir para novas unidades políticas e territoriais, nas quais os nacionalismos se afirmam de forma cada vez mais estreita e aperta.
Para além disso, no âmbito da defesa dos Direitos Humanos, há uma tendência para valorizar o direito à diferença por parte de grupos específicos dentro dos Estados. Consequentemente, criam-se dificuldades para afirmar uma identidade nacional. A dúvida central subjaz no facto de o Estado Nação do século XX estar a evoluir para novos no Estado-Nação no século XXI.
Seguidamente, a globalização cultural, política e económica e as questões transnacionais (das migrações da segurança e do ambiente) tem feito com o papel do Estado-Nação se esgote. Ou seja, Com a globalização, ocorrem, maioritariamente, questões transnacionais. Logo, a autoridade central do Estado fica fortemente diminuída: são poucas as questões para as quais a autoridade estatal é suficiente para a respectiva resolução.
Assim sendo, o quotidiano das populações mundiais é actualmente regido por entidades supranacionais ou pelo próprio Estado?

Debate sobre a globalização económica

Argumentos pró:

A globalização permite que camadas pobres da população ou que regiões do Mundo que atravessam dificuldades económicas sejam capazes de usufruir dos benefícios materiais proporcionados pela expansão do sistema capitalista.
Quando unidades industriais e comerciais são instalados nestes espaços, proporciona-se à população o acesso a novas e melhores (na teoria) condições de trabalho e a produtos que antes eram por eles ignorados.
O argumento dado é confirmado pelo facto de as economias do continente sul-americano beneficiaram extraordinariamente da globalização, assim como as economias dos NPI (do continente asiático, mais especificamente, do sudeste). Pretende-se ainda que este usufruto chegue rapidamente ao continente africano.

Argumentos contra:

O crescimento económico, no âmbito da globalização, acentuou as desigualdades entre os dois hemisférios: o hemisfério norte, desenvolvido; o hemisfério sul, subdesenvolvido.
Seguidamente, os interesses capitalistas não olham aos interesses das populações, que, efectivamente, contribuem para o seu desenvolvimento, ao constituírem-se como mão-de-obra (barata e menos qualificada profissionalmente ou mais cara e mais qualificada) e consumidores.
A deslocalização das empresas (transferência total ou parcial da produção de uma empresa de um país para outro, fundamentada pelas vantagens de custos – salários/impostos/matéria-prima) é um martírio que assola os países que têm uma significativa dependência externa. Segundo a lógica capitalista, as multinacionais não hesitam em encerrar as unidades industriais ou comerciais onde os lucros diminuíram e deslocalizá-las para outras regiões onde haja potencialidades de rendimentos mais prósperos. O seu objectivo é melhor aproveitar as condições locais de trabalho.
Para além disso, deu-se a desregulação das economias nacionais, causada pela globalização económica, dada a incapacidade dos mercados locais concorrerem com as economias transnacionais. Seria o caso da economia da Etiópia concorrer com a economia norte-americana.
Mas os argumentos não param por aqui: a uniformização do mercado mundial pouco olha às especificidades regionais, sejam elas económicas, políticas ou culturais. Logo, contribui-se incessantemente para a crise do Estado-Nação.
Por último, há que referir que o desenvolvimento atrevido do capitalismo tem vindo a ser acusado pela degradação do ambiente (os cépticos podem refutar este raciocínio), assim como pela universalização de males como o terrorismo e a generalização de pandemias.

sábado, 29 de maio de 2010

Afirmação do neoliberalismo

Governos conservadores do ocidente repensam as teses de Keynes, substituindo-as por uma actuação mais pragmática. Os principais governos foram os seguintes: Inglaterra (Margaret Thatcher), EUA (Ronald Reagan) e Alemanha (helumt Kohl).
Consequentemente, há uma adaptação do liberalismo económico do século XIX ao capitalismo dos anos 80 do século XX. Observe-se o seguinte esquema, da minha autoria:





(a imagem está demasiado pequena, mas o leitor pode clicar nela para a aumentar)

Crise do Estado-Providência

A afirmação do Estado-Providência na conjuntura de prosperidade após a 2ª Guerra foi notoriamente modificada nos anos 80. A causa directa fora a crise do mundo capitalista dos anos 70.
Como tal, a partir dos anos 80, a realidade do mundo ocidental e, com o final da Guerra Fria, do mundo é marcada por dificuldades financeiras que colocam em causa o carácter social do Estado. Essas têm como efeito políticas neoliberais, as quais implicam um crescente pragmatismo político.
A diminuição da taxa de natalidade e o aumento da esperança média de vida implicaram superiores custos sociais com a população idosa. Para além disso, e como consequência directa da crise dos anos 70 assim como por causa da modernização tecnológica, o agravamento do desemprego tivera como efeito a redução da mão-de-obra contribuinte. Segue-se a degradação das condições de vida das populações por estarem desempregadas, que, nessa condição, vêem-se forçadas ao recurso aos financiamentos estatais, como, por exemplo, o subsídio de desemprego. Por último, o aumento da taxa de inflação, que fizera com os salários dos servidores do Estado tivessem de ser aumentados, para não diminuir a qualidade e para não aumentar o custo de vida.
Foram esses factores que deram origem a um incremento das despesas públicas e numa diminuição das receitas dos sistemas de segurança social.






quarta-feira, 26 de maio de 2010

Trabalho: "O final da Guerra Fria"

Como tinha dito, há umas entradas atrás, fiz um trabalho, por minha sugestão, incidente na matéria do final da Guerra Fria.
Aqui fica um subtema.

"VIRAGEM POLÍTICA

No final da década de 60 e no decorrer dos anos 70, ocorriam fenómenos pela Europa de Leste, na Ásia, na África e na América Latina que comprovavam as crescentes dificuldades da URSS em manter a sua hegemonia sobre o bloco ocidental e prenunciavam mesmo o seu colapso, a que se soma a intervenção militar na guerra do Afeganistão.
Em primeiro lugar, um dos acontecimentos históricos com maior relevância da década de 1960 foi a Primavera de Praga. Explique-se, assim, o referido acontecimento.
A capital da Checoslováquia era conhecida como um “lugar” fácil para a população de camadas mais jovens, que viajava pela Europa Ocidental, consumir drogas e ouvir música de estilo rock.
No ano de 1968, Alexander Dubcek assume o cargo de Secretário-Geral do Partido Comunista deste país. Assim sendo, inicia o seu mando com preocupações em dar atenção a uma população que cobiçava a transição para um regime liberal. Num plano de profundas reformas, o líder checoslovaco permite plena liberdade, ou seja, cessou totalmente a censura aos meios de comunicação. Assim, uma vez libertos da incessante censura, começam a denunciar as práticas corruptas dos antigos líderes comunistas da Checoslováquia, assim como as questões problemáticas do regime político vigente, ou seja, o socialismo.
A referida reforma viria a originar outras. O governo inicia a instalação de um sistema eleitoral multipartidário, tendo tomado igualmente medidas para a criação de um Estado Eslovaco. Isto é, começa a tentar separar-se da Rússia Soviética, tendo em conta que ela não permitia o pluripartidarismo – o partido único era o Partido Comunista da União Soviética, que, por sua vez, controlava os demais partidos comunistas dos regimes dos Estados-Satélite. Para além disso, confirma-se, na Checoslováquia, o reconhecimento dos movimentos independentistas, que ansiavam a separação efectiva da Rússia Soviética.
Contudo, a URSS rapidamente se consciencializou do processo que já estava em curso. Sem Dubcek ter respondido às reivindicações imediatas das autoridades do Governo Central, a Checoslováquia foi invadida pelas tropas soviéticas, no dia 20 de Agosto de 1968. As reformas empreendidas pelo Secretário-Geral do Partido Comunista Checoslovaco representavam uma ameaça ao bloco socialista, a ver do PCUS.
Entretanto, o Exército Vermelho depara-se com uma situação, até então, nunca vista: quando invadem Praga, a capital, não encontram qualquer resistência armada. Ao invés, deparam-se com uma grande massa de civis, que pretendiam a sublevação. A maioria deitava-se em frente aos tanques, implorava pela retirada aos soldados e outros iam transmitindo o desenrolar da invasão via rádio à restante população checoslovaca. Porém, uma pequeníssima maioria tenta entrar em confronto com o Exército Vermelho, lançando pedras e rockets Molotov, contra os tanques.
A invasão de Praga teve como consequências 72 mortos e mais de 700 feridos. O acontecimento ficaria conhecido, na História, como a Primavera de Praga.
Tentando evitar ao rubro uma rendição, os líderes políticos da Checoslováquia mostram-se abertos para negociar com as mais importantes autoridades soviéticas. Cercados pelo Exército Vermelho, o chefe partidário Alexander Dubcek e o Presidente da Ludvik Svoboda são enviados para Moscovo. Fortemente reprimidos pelo presidente Brejnev, tanto Dubcek, como Svoboda são imediatamente destituídos dos seus cargos, ao ter em atenção o grande perigo que representavam para a coesão do bloco socialista. Como tal, o cargo de Primeiro-Ministro, da Checoslováquia, foi atribuído a Gustav Husák, em 1969.
Seguidamente, o outro fenómeno, de entre os que foram referidos no início: a intervenção militar na guerra do Afeganistão.
No ano de 1979, já no final da década de 1970, a URSS decide invadir o Afeganistão. Via, nesta invasão, uma possível forma de expandir geográfica e ideologicamente o bloco socialista, pela implantação do socialismo, dado que, no ano de 1978, os comunistas tinham tomado o poder neste país do Médio Oriente.
Logicamente, os EUA temem a expansão soviética. Assim sendo, financiam o Paquistão, onde estavam presentes as suas bases militares, entre outras medidas. O Afeganistão tinha como aliado o combatente Osama Bin Laden, conhecido como o líder da organização extremista e terrorista da Al-Qaeda islâmica.
Com o apoio dos EUA, os Russos retiram-se momentaneamente. Consequentemente, inicia a guerra civil, no decurso da qual a CIA – organização dos EUA – cria os Taliban, que são, logicamente, financiados pelos norte-americanos para vencer a guerra e evitando assim a implantação e expansão do socialismo.
Dada a morte de Brejnev, a URSS precisava de um novo líder urgentemente. Para o efeito, Mikail Gorbachov foi nomeado Secretário-Geral do PCUS, no ano de 1985 – era o novo líder da Rússia Soviética.
Rapidamente, Gorbachov avalia duas verdades inegáveis. A primeira, dizia respeito à deteriorização do sistema económico durante a era Brejnev. Tinha, na visão de Gorbachov, colocado em causa a capacidade de exerxer poder e influência no mundo, proporcional à enorme dimensão e população do território soviético. Para mais, com o défice interno a aumentar exponencial e consecutivamente a um ritmo nunca antes observado, desde o Czarismo, estava bastante iminente a falência da União Soviética. A segunda verdade indubitável, era relativamente à questão da superioridade tecnológica entre os dois blocos – capitalista e socialista. Dado que os EUA detinham já o título de superpotência tecnológica, a possibilidade de os norte-americanos triunfarem na corrida bilateral ao armamento, ou seja, quer armamento nuclear, quer armamento convencional, era demasiado elevada. A referida corrida ao armamento fora renovada após um breve período de détente, durante a década de 1970.
A única política, para o secretário-geral do Partido Comunista Soviético, que favorecia a resolução das questões de declínio económico e vulnerabilidade seria encontrar uma solução para a globalidade das disputas políticas, internas, pendentes com adversários no bloco capitalista, sobretudo com a outra superpotência.
Se o clima internacional for comparado com o vivido pela população russa, será verosímil concluir que a estabilidade imperava no espaço internacional. Acabaria por permitir que a Rússia Soviética redirigisse os seus recursos internos, consideravelmente, limitados, juntamente com a assistência económica do mundo desenvolvido não-comunista, tendo em vista o projecto de estimação do seu líder. Tratava-se de amplas reformas de carácter sócio-económico. Englobavam a descentralização do poder de descentralização do poder de decisão e da autonomia de gestão do sector secundário e o encorajamento da iniciativa privada. Esta última medida não poderia facilmente ter sido prevista, considerando que o comunismo vingara na Rússia, após a Revolução Bolchevique, em 1917. Era esta a política denominada Perestroika – Reestruturação económica.
Como Gorbachov estava ciente do crescente descontentamento social, cujas origens eram a ausência de transparência e o excesso de burocratização do centralismo democrático, o líder da URSS cria outra gigantesca reforma: a Glasnost – Política de transparência. Queria que os cidadãos russos participassem, pela primeira vez desde a instauração do centralismo democrático, na vida política. As suas opiniões eram, de forma pioneira, significantes para o decorrer do processo político. Terminaram as perseguições aos separatistas políticos. Inicia o lançamento de campanhas contra a corrupção, a ineficiência administrativa, que estava também relacionada com a excessiva burocratização do centralismo. Esta política reconhecia a liberdade de expressão, um feito de tal forma grande, que resultou a publicação de obras proibidas pela censura e o aparecimento de uma imprensa livre e aberta à crítica dos vícios do regime.
Era o final do ambiente de Guerra Fria. Gorbachov e, assim, a URSS admitiam a derrota de uma guerra que não fora guerra. "

Exercício

Resposta ao exercício 5, do Grupo. Caderno de Actividades, ficha 25

Desde o início do século XIX até 1950, a economia da América Latina era caracterizada pelo seu subdesenvolvimento pela sua dependência às importações.
Durante as ditaduras, nos anos 60 e 70, observaram-se os primeiros sinais de descolagem económica. Tal como ocorreu nos demais totalitarismos, optaram-se por políticas nacionalistas de autarcia. Tratava-se de medidas de fomento industrial, que visavam substituir as importações por produtos nacionais, o que viria, se aplicadas correctamente, a equilibrar as finanças.
Ainda assim, os países não tinham capital interno, o que se demonstraria, algum tempo depois, a grande causa das crises económico-financeiras. Como tal, os regimes ditatoriais recorreram a empréstimos estrangeiros, com avultados juros. Observe-se o documento 5: não houve nenhum país que não aumentasse exponencialmente a sua divída externa. O país que, indubitavelmente, mais a viu incrementada foi o Brasil: em 1977 tinha 32 750 milhões de dólares. Em 2004, o valor era de 132 700, ou seja, houve um aumento de praticamente 100 milhões de dólares.
Deu-se um grande descontrolo orçamental, que ocorreu graças a três grandes factores: a má gestão dos empréstimos, a diminuição dos preços das matérias-primas que exportavam e o aumento das taxas de juro.
O descontrolo no orçamento de Estado resultou num agravamento da dependência aos capitais estrangeiros. A dimensão desta crise foi tal que os países tiveram de pedir empréstimos para serem capazes de pagar os juros dos empréstimos previamente contraídos. Era um ciclo vicioso.
Para romper este ciclo, o México é o primeiro a declarar a insolvência. Países vizinhos seguem o seu exemplo.
Nenhuma crise económico-financeira abarca exclusivamente estes domínios e o caso da América-Latina não foi excepção.
Os governos adoptaram medidas de contenção de crise: as inflacionistas. Essas resultaram na inibição do crescimento económico. Afectaram as classes médias tal como os operários que estavam dependentes de rendimentos fixos.
O FMI pressionou continuamente estes países, levando a severas medidas de austeridade, cujo objectivo era o saneamento financeiro. Quanto às medidas, referem-se os cortes nos apoios sociais e nos subsídios dos bens de primeira necessidade - alimentos, electricidade, transportes, entre outros.
Esta crise levou a empobrecimento generalizado da população. Como tal, recrudesceu a contestação social.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A guerra santa?!



Os Balcãs

  • Um aglomerado de povos
A Península Balcânica trata-se de uma unidade política formada pelos povos "eslavos do sul", ou seja, pela Jugoslávia. É, assim, formada por seis repúblicas (Sérvia, Croácia, Eslovénia, Bósnia-Herzegovina, Macedónia e Montenegro) e por duas regiões autónomas (Kosovo, cuja maioria da população era albanesa, e Voivodina, cuja maioria populacional era húngara). As regiões autónomas estavam submetidas à administração Sérvia. Ao lado, o mapa da ex-Jugoslávia.
Ao longo dos anos 80, observou-se a formação de movimentos independentistas nas seis repúblicas. Aumentaram reciprocamente as tensões étnicas, que poderiam vir a derivar em violentas confrontações.
  • Desintegração da Jugoslávia
A Jugoslávia desmoronou-se com a morte do Marechal Tito, em 1980, que lidara o regime de índole comunista até então nesta federação. A sua desintegração viria a confirmar-se com o colapso da URSS e dos seus estados-satélite.
As maiorias étnicas das seis repúblicas tornaram públicas as suas vontades independentistas quanto à hegemonia da Sérvia, nos anos 80.
A Croácia e a Eslovénia tornaram-se independentes em Junho de 1991; a Macedónia em Setembro; Bósnia-Herzegovina ainda neste ano. Quanto à Macedónia e Eslovénia, as suas independências foram processos relativamente pacíficos, o que não se observou com a Croácia: a sua independência foi extremamente sangrenta. Anunciou, mesmo, a guerra civil que envolveria as etnias balcânicas.
A intenção para a autonomia croata levou o exército jugoslavo, com Milosevic na liderança, a reprimir os seus movimentos independentistas. Com a intervenção da ONU, este primeiro conflito terminaria em 1991, quando ocorreu o anúncio da independência. A imagem ao lado, a bandeira da Croácia, simboliza a sua independência, dado que uma bandeira é um dos maiores símbolos do nacionalismo e, por conseguinte, do patriotismo.
Quanto à Bósnia-Herzegovina, em 1992, um plebiscito confirma a decisão do seu parlamento. Como tal, há o recomeço da guerra. Agora todos os Balcãs se viam envolvidos: colocou sérvios-bósnios, croatas-sérvios e muçulmanos-bósnios uns contra os outros. É o segundo conflito na região da Península Báltica. A figura ao lado reporta-se a dois soldados das tropas de Milosevic.
Milosevic empreendeu, neste segundo momento, uma política de limpeza étnica, que pretendia evitar a desintegração da Jugoslávia e perpetuar a preponderância da Sérvia. Levou a expulsões, bombardeamentos sobre civis, estabelecimento de campos de concentração e a intensos massacres.
No ano de 1994, as Nações Unidas passam a intervir, pela primeira vez, activamente nesta situação báltica, por autorizar a intervenção de um contingente militar da NATO.
A NATO viria a impôr a paz na Bósnia um ano posteriormente, devido ao Acordo de Dayton. Este dividia a Bósnia em duas áreas semi-autónomas: Sérvio-Bósnia, Muçulmano-Croata.
  • Consequências da guerra na Bósnia-Herzegovina
A Federação Jugoslava tornou-se num Estado pouco sólido, sendo formado pela Sérvia e pelo Montenegro.
Em 2003, o nome "Jugoslávia" foi substituído por "Sérvia-Montenegro". Ainda assim, não era o prenúncio da estabilidade geopolítica na região dos Balcãs: um referendo, em 2006, faria com que a unidade política artificar da Sérvia-Montenegro se dissolvesse. Assim, apareciam dois Estados totalmente independentes.
Quanto a baixas civis, 200 mil mortos; 1,2 milhões de refugiados; 1,3 milhões de deslocados, que apenas deram início ao regresso em 1999.
Em 1996, o Tribunal Internacional de Justiça julga os responsáveis pelo genocídio, sendo, na maioria, políticos e militares sérvios. Neste julgamento, o caso mais significante foi o de Milosevic, pois era ele o líder do exército jugoslavo. Ainda assim, morreu no decorrer do julgamento.
A caricatura ao lado é-me interessante. Dois juízes observam Milosevic num caldeirão - simboliza o julgamento - e um deles tem uma colher na mão, o que significa que era provavelmente o juiz com preponderância no decorrer do julgamento, no Tribunal Penal Internacional. Diz "Maybe you should cut down on salt" ou seja "Talvez devesse cortar no sal", sendo uma clara referência à sua morte súbita.
  • Caso do Kosovo
Em 1987, Milosevic decide anular a independência do Kosovo, que era uma província desde 1970.
Consequentemente, a população kosevera resiste, pois exigia a separação. Logo, Milosevic reprime violentamente a população, incluindo operações de limpeza étnica.
A comunidade internacional vem defender a população. A NATO, mesmo na inexistência de um mando formal das Nações Unidas, faz intensos bombardeamentos às posições sérvias.
Deste modo, o líder do exército Jugoslavo vê-se encurralado: tinha de admitir a derrota. As tropas sérvias batem em retirada e o Kosovo é colocado sob protecção da ONU.
Em 2008, o parlamento do Kosovo aprova a independência, separando-se oficialmente da Sérvia.


terça-feira, 11 de maio de 2010

Afirmação bloco Ásia-Pacífico

Timor-Leste: o fracasso do processo descolonizador e as dificuldades políticas

Após a instauração da democracia em Portugal, a 25 de Abril de 1974, surgem, em Timor-Leste, três partidos políticos: a UDT - defensora da união com Portugal, isto é, Timor-Leste tornar-se-ia numa região autónoma -, a APODETI - que era a favor da integração de Timor no território indonésio, presidido, na altura, por Suharto - e a FRETILIN - um movimento claramente de esquerda e verdadeiramente independentista, dado que pretendia que Timor-Leste se tornasse num país com o estatuto, dentro dos princípios da Carta das Nações Unidas, de "Estado Independente". A FRETILIN tinha ligações com o partido comunista soviético. Note-se que estes movimentos surgiram quando se pretendeu, em Timor, formar um governo de transição, em Novembro de 1974, com a substituição do governador porutguês.
Entretanto, a UDT, a APODETI e a FRETILIN revelam divergências. Os conflitos tornam-se gradualmente mais violentos. A FRETILIN envolveu-se com o exército português, ao ter ocupado os quartéis militares e ter prendido os oficiais que representavam a soberania portuguesa.

O fim da bipolaridade



(estou a redigir um trabalho acerca do final da Guerra. Quando for entregue ao professor, colocarei aqui partes do trabalho que considerar relevantes)

A crescente oposição interna às políticas de liberalização do regime, levadas a cabo com a perestroika e com a glasnost, instituídas durante a era Gorbachev, organizou-se em torno das forças comunistas mais radicais. Em Agosto de 1991, tentam um golpe de Estado: pretendiam retomar o poder e terminar o processo reformista, que já estava em curso.
As forças reformistas, com Boris Ieltsin na liderança, vencem a confrontação militar. Ieltsin é eleito para a presidência da Federação Russa - a URSS já iniciara a desagregação - e suspendeu a actividade do Partido Comunista - O PCUS (Partido Comunista da União Soviética) entra na clandestinidade - e decreta a extinção da URSS. Ieltsin, por conseguinte, dava forma institucional à independência, levada a cabo pelas várias nacionalidades integradas na antiga URSS, iniciado na conjuntura de contestação do centralismo político de Moscovo e de aproveitamento da fragilidade política do regime.
Depois de 70 anos, a URSS cedia, a 21 de Dezembro do ano de 1991, à Comunidade de Estados Independentes, que excluía qualquer manifestação de autoridade central.

11 de Setembro e a hegemonia político-militar norte-americana




Esta compilação, feita por uma jornalista da RTP, Margarida Neves de Sousa, retrata devidamente os acontecimentos de 11 de Setembro.
"Foram actos de guerra" - proferido pelo presidente, na altura, dos EUA, George W. Bush. Uma desculpa ou uma reacção para a defesa nacional? Mesmo que ainda não se tenha apurado a verdade, com o rigor histórico desejável, a verdade é que a invasão do Afeganistão, a guerra posteriormente declarada ao Iraque vieram confirmar que os EUA, com o final da guerra fria, se tornaram realmente nos polícias do mundo. Enquanto Bill Clinton ainda mostrava algumas reservas em afirmar esta hegemonia político-militar das consecutivas administrações norte-americanas ("Não somos nem podemos ser os polícias do Mundo (...) onde os nossos interesses e os nossos ideais o exigem, e sempre que tivermos a hipótese de deixar a nossa marca, agiremos, e, se necessário, assumiremos o papel de líder." - pág. 27, documento 11, manual 3), George W. Bush, filho, é já bastante directo: "Entreguem às autoridades americanas todos os dirigentes da Al-Qaeda que se escondem no vosso território. Fechem imediatamente (...) todos os campos de treino terroristas no Afeganistão e entreguem os terroristas às autoridades competentes. Estas exigências não estão sujeitas a discussão ou a negociação (...) Cada país (...) ou está connosco, ou está com os terroristas..." - pág. 28, documento 12 A, manual 3).
Evidencia-se, no campo das relações internacionais, um retrocesso. Se, em 1939, após a invasão da Polónia pelas tropas nazis, e das pressões anglo-francesas, vários países declaram uma política de neutralidade, num conflito que ainda duraria cinco anos, como foi possível que os EUA passassem a esta visão a preto e branco? Mais interessante, provavelmente, foi o Congresso deste país, que, em 1919, não ratificou o Plano da Sociedade das Nações, pois o mesmo afirmava que, se um membro da SDN visse a sua segurança nacional ameaçada, os outros o ajudariam, ou seja, não assinou pois não queria ir para a guerra meramente para apoiar uma causa que nem era a sua.