Os Trinta Gloriosos reportam-se à altura de crescimento excepcionalmente acelerado da economia, cuja origem fora nos EUA. Esta expressão foi encontrada por Jean Fourastié. Acabou por se estender rapidamente à totalidade do bloco capitalista, ao longo do tempo em que eram consolidadas as políticas de apoio à reconstrução dos países destruídos pela guerra, como por exemplo o Plano Marshall.
Factores deste crescimento:
Registou-se um aumento da concentração industrial e do número de multinacionais. As multinacionais fabricavam e comercializavam os seus produtos no bloco capitalista. Estavam presentes em quase todos os sectores económicos. Investiam imenso na investigação científica, tendo contribuído para os progressos tecnológicos. Foram responsáveis pela maior globalização económica, na segunda metade do século XX.
Consequentemente, houve uma aceleração do progresso tecnológico, que chegou a todos os sectores. Sendo velozmente produzidas em série, as inovações alteraram os processos produtivos e acabaram mesmo por introduzir modificações no quotidiano das populações.
Assim, deram-se extraordinários processos na agricultura. Surpreendentemente, os países que anteriormente importavam, tornaram-se exportadores. A renovação deste sector deveu-se graças aos investimentos substanciais e à nova tecnologia - que se deveu, por sua vez, ao investimento das multinacionais, que resultou na aceleração do progresso tecnológico -, que resultou no êxodo rural. Este fenómeno é conhecido como o Fim dos Camponeses, tendo contribuído para a transformação na relação entre os sectores primário, secundário e terciário.
Logo, o sector terciário mostrou um crescimento significativo. O surto gigantesco nas trocas comerciais, a aposta no sector educativo - para aumentar a qualificação da mão-de-obra -, as reformas sociais e a complexidade gradual da administração das empresas fizeram, em conjunto, diminuir de forma extraordinária o desemprego.
Foi de extrema relevância o extraordinário recurso ao petróleo. A soberania da extracção petrolífera pertenceu, até ao início da II Grande Guerra, aos EUA; porém, a região do Médio Oriente tornou-se, na altura referida, no fornecedor maioritário. Constata-se que a abundância, assim como o baixo preço fomentaram a prosperidade económica, ao ter favorecido a revolução nos transportes e uma amplitude superior de produtos industriais.
Por último, aponta-se o aumento exponencial da população activa. Este ocorreu graças à conjugação entre o aumento na mão-de-obra feminina, ao baby-boom - este fenómeno deu-se entre 1940 e 1960, sensivelmente (encontrei uma imagem. Julgo que é uma montagem, mas acaba por simbolizar o fenómeno aqui em questão) - e à imigração de trabalhadores oriundos de menos desenvolvidos. A mão-de-obra nacional possuía qualificações graças ao prolongamento da escolaridade obrigatória, que confirma a crescente aposta no sector educativo, anteriormente mencionada. Somente os imigrantes tinham qualificações menores, levando as suas remunerações a serem igualmente inferiores.
Aconselho a visualização, no final desta postagem, do esquema que fiz.
Manifestações do grande crescimento económico:
Graças aos factores que foram previamente mencionados, pôde-se observar um aumento inédito da produção mundial de bens e serviços. O Produto Nacional Bruto* dos países do bloco capitalista mais que triplicou. Para além disso, a produtividade agrícola quadruplicou, devido aos enormes progressos técnicos. Tendo em conta o aumento do recurso ao petróleo, que era a matéria-prima por excelência, tendo substiuído o carvão, houve um incremento na produção de energia e industrial, que viu as suas produções a serem multiplicadas por dez. Assim sendo, com esse incremento, revolucionou-se o desenvolvimento dos transportes quer terrestre quer aéreo. Quanto a este ponto, desenvolveu-se a aviação comercial, a austronáutica, a indústria electrónica/telecomunicações e modernização dos sectores tradicionais, nomeadamente a siderurgia, a metalomecânica, a petroquímica, a construção naval, a construção civil e transportes. A unicidade destes resultados levou a uma positivíssima resolução no défice, numa conjuntura de pós-guerra e de forte debilitação das economias anteriormente beligerantes.
*Produto Nacional Bruto ou PNB: mede a riqueza gerada por factores de produção de propriedade dos residentes
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