quarta-feira, 28 de abril de 2010

Consolidação

Para treinar para o teste de amanhã, decidi responder a uma pergunta do Exame Nacional de 2007, 2ª Fase, do Grupo I, pergunta 1.

No pós-guerra, a situação económico-financeira da Primeira República era deveras preocupante. Explique-se o estado das finanças públicas e, posteriormente, a problemática social.
Era observável uma forte crise, para a qual contribuíram o défice orçamental e o crescimento acelerado da dívida pública, tal como a desvalorização monetária. Independentemente, a desvalorização ocorreu graças à inflação galopante e à fuga de capitais. Observa-se que a participaçãoi na I Guerra Mundial foi o culminar de toda a crise: resultando num considerável número de mortos e mutilados, fez reduzir a população activa. Logo, menos população trabalhava nos sectores primário, secundário e - com reduzíssima relevância - no terciário.
Como tal, a referida participação resultou em racionamentos, numa forte especulação no mercado financeiro português e, ainda, num aumento da dívida externa. Tal como o gráfico do documento 1 "Custo de vida, salários e preços em Portugal (1914-1926)" mostra, deu-se também um incremento do custo de vida, tendo em conta que os salários não acompanhavam a subida dos preços e ainda diminuíam com as grandes desvalorizações. Pela análiase do gráfico, é possível concluir que desde 1914 - data de início da Primeira Grande Guerra -, o custo de vida e os preços por grosso aumentaram até 1924, sendo, respectiva e aproximadamente, 2400% e 3250%. Depois de 1924, o custo de vida e os preços por grosso, diminuem ligeiramente e os salários aumentam a igual ritmo.
Por conseguinte, a sociedade portuguesa demonstra um forte descontentamento. Os assalariados e as classes médias estavam ameaçados pela crescente taxa de desemprego. Seguidamente, a situação das classes populares: vivam na miséria, graças ao facto dos seus empregos não terem protecção social e de estarem expostos à exploração do patrono. Logo, renasce o sindicalismo português, com uma intensa vaga de greves e de manifestações, por vezes violentas, durante os anos de 1919 e 1920. Quanto à Igreja, contestava o anti-clericalismo e o carácter ateísta da República, com o apoio da mentalidade conservadora e católica do país agrário que era Portugal. Por último, os proprietários capitalistas criticavam o excessivo carácter popular da legislação republicana: receosos da greve e da ameaça bolchevique, anseavam por um governo forte.

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