Aquando da morte de Lenine, em 1924, o problema delicado da sua sucessão levou às disputas, dentro do Partido Comunista.
Estaline, o secretário-geral do partido, desde 1922, venceu as eleições, levando a melhor sob a facção mais à esquerda, liderada por Trotsky, e também sobre a facção direita, agrupada em torno de Zinoviev, Kamanev e Boukharine.
A tese de Joseph Staline defendia a consolidação da Revolução Bolchevique primeiro dentro da U.R.S.S. e, uma vez correctamente consolidada, avançar-se-ia para a expansão dos ideais comunistas a uma escala mais global. Era a tese da revolução num só país. Por outro lado, Trotsky admitia uma revolução constante e universal.
Estando Estaline à frente do poder, inicia-se de imediato um processo de controlo absoluto da totalidade das estruturas do poder e da direcção do partido. Foi este processo que o tornou no chefe incontestável da Rússia Soviética, em 1928.
A sua acção política é realizada em torno de dois propósitos fulcrais, até 1953: a construção irreversível da sociedade socialista e a transformação da União das Repúblicas Socialistas e Sovietes numa gigantesca potência mundial - o que ocorreu, com a vitória dos Aliados, na Segunda Guerra Mundial. Para tal, adpotou como estratégias a colectivização e a planificação da economia e, por outro lado, a instauração de um Estado totalitário.
Quanto à colectivização da economia, reforça o Centralismo Democrático, paralelamente ao reforço do Centralismo Político, iniciado por Lenine, durante o Comunismo de Guerra.
A partir de 1928, terminou a NEP, que admitia a necessidade do sistema capitalista afim de reconverter o rumo da crise, e com o respectivo processo liberalizador. Arranca efectivamente para a nacionalização de todos os sectores económicos. Assim, empreendeu a grande viragem para o socialismo.
Cinco anos posteriormente, praticamente não restava propriedade privada na URSS: o Estado Russo Soviético tinha nacionalizado o subsolo, as instalações fabris, as redes de distribuição do comércio, de capitais e de outros rendimentos.
Antigos proprietários tornavam-se meros assalariados. Este processo sofreu uma grande oposição pelos Kulaks e pelos Nepmen, originando uma repressão massificada.
Dessa repressão resultaram milhões de mortos e deportados para os campos de trabalhos forçados. Era uma manifestação quer da força quer da autoridade do centralismo democrático estalinista.
Já que a propriedade privada fora elimitada com a nacionalização, o Estado Soviético opta pela implantação de uma rigora planificação dos sectores económicos, radicalmente antagónica aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência, regentes da economia capitalista do mundo ocidental.
A economia soviética era integralmente dirigida e subordinada aos planos fixados por Estaline, ou seja, pelo Estado.,
Quanto à planificação, a propriedade rural foi organizada segundo dois tipois de propriedades, apoiadas por grandes parques de máquinas. Logo se constata que a planificação da agricultura tinha em vista a mecanização. Assim, tem-se os Kolkhozes e os Sovkhozes. Os Kolkhozes eram propriedades de dimensão considerável, trabalhadas pelos camponeses, geralmente da mesma região. Os Sovkhozes eram grandes propriedades dirigidas directamente pelo Estado. Habitualmente reduzido, os trabalhados tinham um salário fixo.
No que toca ao sector comerical, este foi organizado em cooperativas de consumo local em armazéns de dimensão estatal, como a propriedade rural.
A indústria foi organizada sob os Planos Quinquenais, os quais admitiam um desenvolvimento industrial em sucessivos períodos, cuja longevidade era de cinco anos. O primeiro plano, entre 1928 e 1933, deu total prioridade à indústria pesada. Estaline queria criar sólidos fundamentos para programas industriais futuros, que fossem garantidores da independência económica do país - observa-se o desejo para a concretização do ideal autárcico, também pois era o único país com o sistema socialista. Este primeiro plano serviu de fomento à construção de redes de comunicação, de exploração de matérias-primas e de produção de géneros alimentares. Seguidamente, o segundo plano quinquenal, realizado entre 1933 e 1938, visava o desenvolvimento da indústria bélica e alimentar. A preocupação de Estaline relativamente à autarcia também se manifestou com o preenchimento das carências da população. Por isso, aumentou a qualidade de vida das pessoas. O último plano quinquenal viria a realizar-se entre 1938 e 1943, embora tenha sido interrompido pelo início da II Guerra. Pretendia o desenvolvimento do sector energético e das indústrias químcas.
Os planos quinquenais foram recomeçados após 1945, com o final do conflito. Os seus objectivos foram direccionados para a recuperação económica e para a investigação científica.
A autoridade central teve como duas manifestações a colectivização e o sucesso dos planos quinquenais.
Dada a debilidade económica da Rússia Soviética, a investigação estalinista somente foi concretizada graças a uma disciplina forte, pois a maioria da produtividade provinha dos campos de trabalhos forçados. Deveu-se igualmente Às deportações massificadas dos trabalhadores. Também se apelou ao interesse pessoal, com a atribuição de prémios, que podiam chegar até à glorificação pública. Refere-se também o indubitável contributo da acção propagandística, responsável pela instituição do culto a Estaline e ao Estado Soviético.
Apenas num país, com as características que a URSS tinha, um poder central com autoridade ilimitada seria capaz de manter a unidade pretendida. Estaline instituiu esse tipo de poder.
Quer a colectivização quer a planificação da economia são duas das manifestações do líder da URSS. Logo, registou-se uma evolução do centralismo democrático para uma ditadura. Todavia, não era a ditadura do proletariado, mas sim a ditadura do Partido Comunista. O dirirgente máximo e Presidente da República era Estaline.
Desde 1924, o líder empreendeu uma maquiavélica perseguição a todos os possíveis opositores do regime. Eliminou potenciais concorrentes do poder, tal como ocorrera com Trotsky. Em 1939, praticamente todos os velhos bolcheviques estavam afastados do Partido, pois tinham sido condenados à morte ou aos campos de concentração. Ainda podiam ter sido expatriados.
Tal como já mencionei, a liberdade económica foi extinta com a planificação e com a colectivização da agricultura, do comércio e da indústria, ou seja, de todos os sectores económicos da Rússia Soviética.
A Rússia tornou-se oficialmente num Estado autocrático com a promulgação da Constituição de 1936. Na prática, em nada divergia dos totalitarismos de direita que se afirmavam no resto do Continente Europeu, à excepção do repúdio ao socialismo, que estes últimos defendiam.
Afirmou-se uma elite de quadros do partido - os seguidores incondicionais de Joseph Stalin. Tratava-se da nomenklatura, a qual sustentava a força política disciplinadsamente, numa extrema manifestação da burocratização dos exagerados poderes detidos pelo Estado.
Deu-se a arregimentação das massas, em organizações próprias para o efeito, feitas pelo Partido, desde a fase infantil. Era uma das tantas formas de controlo da ideologia política.
Praticou-se o culto do Chefe e do Estado, ao ter em atenção as manifestações culturais, que eram condicionadas pela persistente e exaltada divulgação dos grandes feitos e da própria figura de Estaline.
Fez-se o culto da violência e negaram-se os direitos humanos, pois a feroz polícia política -a NKVD - perseguia, prendia, julgava e condenava às mais arbitrárias condições. Sobrepunha-se às mais básicas manifestações de independência do poder judicial. A população da Rússia Soviética desconhecia o termo "liberdade ideológica". O governo de Estaline ia até à privação da liberdade de circulação dentro da União. As pessoas eram forçadas a circular com o passaporte.
É fácil inferir que nada escapava ao controlo do Chefe da URSS.