sexta-feira, 19 de março de 2010

O caso da China

A revolução chinesa, que vingou em 1949, foi apoiada pela URSS, que pretendia a expansão da sua área de influência. Aparentava que o continente asiático se iria transformar num mundo comunista liderado pela Rússia Soviética.

Quando Estaline morre, no ano de 1953, as relações sino-soviéticas evidenciavam algumas divergências relativamente à estratégia a adoptar para as transformações políticas. Isto deve-se ao facto de que a China tinha uma economia essencialmente agrícola. Como tal, o operariado tinha praticamente nula importância política. Mao Tsé-Tung - líder da China - não tinha o apoio do operariado, tal como Marx defendia, graças à sua inexistência. Consequentemente, constata-se que a revolução chinesa foi apoiada pela população rural - a grande maioria -, tendo sido um movimento de massas, liderado pelas massas e não por estruturas partidárias. Esta era a grande particularidade da revolução maoista.
O maoísmo é, assim, definido como uma forma particular de marxismo aplica na China por Mao. É a favor da viabilidade de uma revolução comunista liderada pelos camponeses, com a ausência do operariado. Uma revolução profunda e autêntica ter-lhe-ia subjacente um processo no qual as alterações provinham das massas.

"Enquanto as massas não estão conscientes e desejosas, toda a espécie de trabalho que requer em mera formalidade e termina num fracaso"
Mao, A frente única no trabalho cultural

Encontrei a primeira parte de um documentário, estando, todavia, espanhol.



quarta-feira, 17 de março de 2010

Chegada à Lua?!



Mesmo que seja necessária imparcialidade em História, não consigo deixar de ser céptica.

terça-feira, 16 de março de 2010

Power point da situação da economia soviética desde Estaline a Krutchev

div style="width:425px" id="__ss_3448922">Apresentação economia soviética guerra fria

Mundo comunista

Expansionismo na Europa e a formação das democracias populares

O COMINFORM, o COMECON e o Pacto de Varsóvia constituíram os instrumentos maioritários de demoinação dos países da cortina de ferro.
Os países do bloco comunista tinham passado pela violenta dominação nazi e a reacção fora liderada pelos partizans, que eram movimentos de inspiração comunista. Considerando a acção directa do Exército Vermelho na inversão do rumo da II Guerra, a URSS acaba por reclamar o direito de intervir na reorganização económica e política dos países a leste do meridiano 12.Jdanov impõe nestes países a ruptura com o imperialismo ocidental - em concordância com a visão comunista -, através da instituição das democracias populares, com recurso à força.
Após as cimeiras de paz, em que se referem Ialta e Potsdam como sendo as mais importantes, praticamente todos os países do Leste Europeu tinham aderido ao modelo parlamentar de tipo ocidental. Apesar de fortes, os partidos comunistas eram minoritários. Convém que especifique o que eram as democracias populares. Tratavam-se de políticas de transição entre a democracia popular e o centralismo democrático. Persistia o pluripartidarismo e as eleições livres. Os partidos comunistas foram-se gradualmente impondo no domínio dos aparelhos de Estado. Numa fase final, as democracias liberais modificaram-se para democracias de tipo soviético.
O processo de conquista era efectuado da seguinte forma:
  1. O partido comunista visava a formação, com outros partidos de esquerda, de governos de coligação. Alcançavam a tutela de ministérios mais importantes e mais influentes.
  2. Esses governos utilizavam o poder para apoiar organizações de base, tais como sindicatos, afim de pressionar os sectores da oposição liberal. Era a etapa da generalização da repressão.
  3. A oposição perde, gradualmente, a sua influência, acabando por se remeter à inoperância política.
  4. O poder torna-se, por conseguinte, propriedade exclusiva dos trabalhadores, cuja vanguarda era formada pelos partidos comunistas. CENTRALISMO DEMOCRÁTICO NA TOTAL OPERÂNCIA
Andrei Jdanov à direita de Joseph Estaline

Expansionismo na Ásia - apoio aos movimentos comunistas asiáticos

Desde 1945, tinham ocorrido dois processos políticos de extrema importância, referentes à China e à Indochina.
Em primeiro lugar, a formação da República Popular da China. O apoio soviético tinha efectivamente propiciado o início da revolução. No espaço de tempo entre 1949 e 1958, a China permaneceu fiel ao estalinismo. Celebrou, no ano de 1950, o tratado de "amizade, aliança e assistência mútua", com a URSS. Inicia a transição para o socialismo, pelos planos quinquenais, tal como pela colectivização agrícola.
Relativamente à Indochina, o apoio soviético propiciou o surgimento dos novos países - o Vietname, o Camboja e Laos.

Nota:Admito que esteja bastante incompleta a questão da Indochina, todavia ela já aqui foi especificada. O leitor poderá encontrar uma mais completa descrição desse caso na entrada que está relacionada com a primeira vaga de descolonizações.

Irei fazer, muito brevemente, uma entrada referente ao caso Chinês e ao Maoísmo.

Mao e Estaline, demonstrado a aliança, mesmo que breve

Expansionismo na Ásia - a questão da Coreia

Como já foi abordado neste blog, na entrada correspondente à definição das áreas de influência e às conferências de paz, no pós-II Guerra, a Coreia fora dividida em dois territórios:
  • Sul: Capitalista
  • Norte: Comunista
Os norte-coreanos, após a referida divisão, tentaram a unificação dos dois territórios, no ano de 1950, violando a linha de separação. Observa-se uma intervenção imediata dos japoneses e norte-americanos, em apoio do Governo Anticomunista do Sul. Lutavam contra os militares norte-coreanos, rapidamente apoiados pelo exército sino-soviético.
A guerra terminou três anos depois, em 1953.

Os camiões norte-americanos, japoneses ou sul-coreanos (sou incapaz de indicar quais eram ao certo)

Influência soviética na evolução política da América Latina - importância de Cuba para a difusão do comunismo
As acções conjuntas de Fidel Castro e de Che Guevara, em Janeiro de 1959, levaram ao aparecimento de um governo revolucionário de tendência fortemente socialista. Porém, não era oficial a relação com Moscovo.
As relações com o governo norte-americano agrava-se no momento em que Cuba se aproxima militar e economicamente da URSS e nacionaliza as principais empresas norte-americanas, que se encontravam no território cubano.
Assim sendo, os EUA organizam em Abril de 1961 o desembarque na Baía dos Porcos, de um contingente de anticastristas. Tendo em conta o falhanço dos apoios internos, o golpe fracassou. Era a grande humilhação dos EUA.
Rapidamente, a URSS desloca rampas de lançamento de mísseis nucleares que poderiam atingir o solo norte-americano. São mesmo denunciadas em '62 como uma provocação ou agressão à estabilidade pacífica mundial, após a maior guerra que a História Contemporânea recorda. Krutchev, que substitui Estaline após a sua morte em '53, continua a armar Cuba atomicamente, afirmando que eram mísseis totalmente defensivos.
Os EUA exigem a retirada dos mísseis, com o pânico generalizado, tendo em atenção a iminência de um conflito armado entre a URSS e os EUA.
Krutchev ordena, num gesto simbólico e memorável, o desmantelamento das bases militares. Consequentemente, os norte-americanos suspendem o bloqueio a Cuba e prometem respeitar o processo revolucionário.
Cuba tornou-se no paradigma do socialismo para muitos mais países do continente sul-americano.

A presença soviética em África

A África recém-descolonizada tornou-se bastante susceptível ao comunismo. Os casos de Angola e Moçambique são os mais significativos.

Quando a matéria da Guerra Colonial for leccionada, colocarei aqui uma entrada mais clara e mais completa.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Mundo comunista: expansionismo soviético na Europa/Doutrina Jdanov

O Plano Marshall constituíra o argumento perfeito para que Estaline adoptasse igual atitude no bloco que lhe correspondia. A caricatura ao lado, por um autor socialista, no mínimo retrata a oposição demagógica à Doutrina Truman.
A confirmação da Guerra Fria pela intensificação da influência soviética no Leste Europeu pode ser vista como a grande consequência da intervenção norte-americana nas economias ocidentais.Observem o esquema que se segue.
Esta influência foi feita a nível político, económico e militar. Em primeiro lugar, constata-se a questão política pela criação do COMINFORM ou Comunist Information Burêau, em 1947. Era uma organização internacional dos partidos comunistas do bloco soviético. Serião, então, coordenados pelo partido comunista (Partido Bolchevique) da URSS. Esta substituiu o Komintern. Quanto à economia, a URSS exercia a sua influência pelo COMECON ou Council for Mutual Economic, que fora criado no ano de 1949. Era um conselho de assistência econóimica mútua, que exercia a coordenação dos planos económicos dos países comunistas e a ajuda financeira da URSS ao resto do bloco soviético. Este bloco económico-soviético constituiu uma reacção à OECE, derivante do Plano Marshall. Refere-se ainda o Pacto de Varsóvia, pelo qual a URSS exercia a influência militar. Foi assinado em 1955, enquanto bloco militar alternativo comunista, como resposta à OTAN. A sua força militar era o Exército Vermelho.

Prosperidade económica do bloco capitalista: "Trinta Gloriosos"

Os Trinta Gloriosos reportam-se à altura de crescimento excepcionalmente acelerado da economia, cuja origem fora nos EUA. Esta expressão foi encontrada por Jean Fourastié. Acabou por se estender rapidamente à totalidade do bloco capitalista, ao longo do tempo em que eram consolidadas as políticas de apoio à reconstrução dos países destruídos pela guerra, como por exemplo o Plano Marshall.

  • Factores deste crescimento:
Registou-se um aumento da concentração industrial e do número de multinacionais. As multinacionais fabricavam e comercializavam os seus produtos no bloco capitalista. Estavam presentes em quase todos os sectores económicos. Investiam imenso na investigação científica, tendo contribuído para os progressos tecnológicos. Foram responsáveis pela maior globalização económica, na segunda metade do século XX.
Consequentemente, houve uma aceleração do progresso tecnológico, que chegou a todos os sectores. Sendo velozmente produzidas em série, as inovações alteraram os processos produtivos e acabaram mesmo por introduzir modificações no quotidiano das populações.
Assim, deram-se extraordinários processos na agricultura. Surpreendentemente, os países que anteriormente importavam, tornaram-se exportadores. A renovação deste sector deveu-se graças aos investimentos substanciais e à nova tecnologia - que se deveu, por sua vez, ao investimento das multinacionais, que resultou na aceleração do progresso tecnológico -, que resultou no êxodo rural. Este fenómeno é conhecido como o Fim dos Camponeses, tendo contribuído para a transformação na relação entre os sectores primário, secundário e terciário.
Logo, o sector terciário mostrou um crescimento significativo. O surto gigantesco nas trocas comerciais, a aposta no sector educativo - para aumentar a qualificação da mão-de-obra -, as reformas sociais e a complexidade gradual da administração das empresas fizeram, em conjunto, diminuir de forma extraordinária o desemprego.
Foi de extrema relevância o extraordinário recurso ao petróleo. A soberania da extracção petrolífera pertenceu, até ao início da II Grande Guerra, aos EUA; porém, a região do Médio Oriente tornou-se, na altura referida, no fornecedor maioritário. Constata-se que a abundância, assim como o baixo preço fomentaram a prosperidade económica, ao ter favorecido a revolução nos transportes e uma amplitude superior de produtos industriais.
Por último, aponta-se o aumento exponencial da população activa. Este ocorreu graças à conjugação entre o aumento na mão-de-obra feminina, ao baby-boom - este fenómeno deu-se entre 1940 e 1960, sensivelmente (encontrei uma imagem. Julgo que é uma montagem, mas acaba por simbolizar o fenómeno aqui em questão) - e à imigração de trabalhadores oriundos de menos desenvolvidos. A mão-de-obra nacional possuía qualificações graças ao prolongamento da escolaridade obrigatória, que confirma a crescente aposta no sector educativo, anteriormente mencionada. Somente os imigrantes tinham qualificações menores, levando as suas remunerações a serem igualmente inferiores.
Aconselho a visualização, no final desta postagem, do esquema que fiz.


  • Manifestações do grande crescimento económico:
Graças aos factores que foram previamente mencionados, pôde-se observar um aumento inédito da produção mundial de bens e serviços. O Produto Nacional Bruto* dos países do bloco capitalista mais que triplicou. Para além disso, a produtividade agrícola quadruplicou, devido aos enormes progressos técnicos. Tendo em conta o aumento do recurso ao petróleo, que era a matéria-prima por excelência, tendo substiuído o carvão, houve um incremento na produção de energia e industrial, que viu as suas produções a serem multiplicadas por dez. Assim sendo, com esse incremento, revolucionou-se o desenvolvimento dos transportes quer terrestre quer aéreo. Quanto a este ponto, desenvolveu-se a aviação comercial, a austronáutica, a indústria electrónica/telecomunicações e modernização dos sectores tradicionais, nomeadamente a siderurgia, a metalomecânica, a petroquímica, a construção naval, a construção civil e transportes. A unicidade destes resultados levou a uma positivíssima resolução no défice, numa conjuntura de pós-guerra e de forte debilitação das economias anteriormente beligerantes.

*Produto Nacional Bruto ou PNB: mede a riqueza gerada por factores de produção de propriedade dos residentes

Prosperidade económica do bloco capitalista: sociedade de consumo

A sociedade de consumo é a sociedade de plena abundância, que caracteriza a segunda metade do século passado. Pode ser identificada ao considerar o consumo massificado de bens fúteis, que passam a ser vistos como fulcrais à qualidade de vida elementar. É igualmente a sociedade de desperdício, tendo em conta que a vida útil dos bens é substancialmente reduzida pela vontade da sua renovação. É uma sociedade característica de alturas de prosperidade económica.
Aconselho a visualização do esquema abaixo, feito por mim. O aumento de consumo é seguido pelo aumento da produção, por sua vez derivando no pleno emprego com salários elevados. Logo, se as pessoas têm salários elevados, regista-se um aumento no seu poder de compra. Assim sendo, há uma procura efectiva, que resulta em novos estíumulos à produção. Este ciclo fica completo pois os novos estímulos à produção antecedem o incremento no consumo.
Os lares domésticos, particularmente urbanos, estão repletos de muitos electrodomésticos, de peças de mobiliário, de produtos decorativos, de utilidades domésticas que, no seu todo, propiciam um enorme conforto.
Durante a segunda metade do séc. XX - altura correspondente à sociedade de consumo -, constatou-se uma enorme frequência a restaurantes, estâncias de férias, casas de fins-de-semana. Eram a altura da procura contínua de tempos e de espaços de lazer.
Existiam duas grandes entidades que estimulavam o consumo, sendo elas a grande multiplicidade de enormes centros comerciais e de vendedores ambulantes. Por outro lado, os estimuladores do consumo tinham como recursos a enorme publicidade, excelentemente orquestrada, que tinha em vista criar necessidades e o aumento do recurso ao crédito. Quanto ao crédito, posso estabelecer uma semelhança com os Loucos Anos 20, ao ter em atenção que também era extraordinário esse recurso.
Todavia, este enorme crescimento destacou as desigualdades sociais. Para além disso, com um crescimento exacerbado da economia, podia anteceder-se uma crise.


Correcção da entrada anterior....

Queria corrigir, nesta entrada, uns equívocos na entrada anterior, acerca do IVA e do IRS. Como o professor pediu, averiguei e deparei-me com as seguintes definições:


IVA: imposto indirecto sobre a comercialização de bens e serviços, abrangendo todas as fases do circuito económico, desde a produção ao retalho



IRS: Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares. É pago anualmente, sendo dados alguns benefícios a determinados indivíduos, como por exemplo pessoas com deficiência(s) física(s). Existem várias categorias para ser feita a tributação de rendimentos indirecta.

sexta-feira, 12 de março de 2010

A afirmação do Estado-Providência no bloco capitalista

Uma curiosidade...

Para entender melhor o Estado-Providência, decidi investigar um pouco. Aparentemente, foi Otto Bismarck, princípe da Prússia, quem inaugurou o Welfare State em 1883, com a promulgação dos seguros sociais obrigatórios. Iam ser precisos quase setenta anos para que se estendesse a uma maior parte do globo, quanto aos países integrantes do bloco capitalista.






A influência de William Beveridge

Aconselho a relerem a entrada que fiz acerca do New Deal, Welfare State e de Keynes. Terão constatado que a influência de John Keynes, um importantíssimo economista britânico que alterou concepções importantes na área da economia e na intervenção estatal.
Todavia, não é apenas inegável o papel de Keynes, mas também de Beveridge. William Beveridge era crente de que deveria existir uma intervenção estatal séria nas questões sociais. Um sistema social alargado teria como função eliminar os cinco grandes males sociais, que eram a carência, a doença, a miséria, a ignorância e a ociosidade, caso funcionasse correctamente.
Evidencia-se nesta questão um aproveitamento do Plano Marshall. Numa conjuntura de pós-guerra, em que as economias mundiais estavam seriamente debilitadas pelas dívidas que tinham contraído durante a guerra - para assegurarem o armamento -, pelas grandes baixas civis e perdas materiais, a instituição do Welfare State seria impossível. Posso afirmar isto, dado que seria necessário criar um sistema semelhante à Segurança Social Portuguesa, que propiciasse subsídios e reformas. Claro que numa perspectiva a médio e a longo prazo, não são nem deverão ser precisas ajudas financeiras estrangeiras para cobrir estas garantias e, ainda assim, ter uma economia que, no seu sentido literal, não declare falência à entrada. Mesmo assim, era impensável que a curto prazo isso ocorresse. É a vez do dinheiro dos contribuintes entrar. Se não estou em erro, é essa a função de impostos como o IVA. Daí que todos os anos o contribuinte tenha de juntar todas as facturas (verdadeiras.....) para que, caso a SS considere adequado, ser reembolsado. Ora, sem o dinheiro dos impostos, o Estado Providência seria incapaz de funcionar. Consequentemente, há um desenvolvimento das concepções keynesianas. Os países da Europa democrática assumem a intervenção para a resolução das dificuldades económicas.
Segundo John Keynes e William Beveridge, o Estado era o elemento que equilibrava e organizava a economia, promovendo a justiça social. Constituía-se como uma grande empresa empregadora. Para além disso, favorecia os investimentos tanto público, como privado. Desta forma, promove e financia grandes obras públicas, aumenta os quadros da administração pública e do aparelho militar e também paramilitar e assume participações no sector privado, pela aplicação de uma parte do Orçamento de Estado.
Refere-se que a intervenção do Estado era mais elevada na regulação do mercado. Orientava então a política económico-financeira, através da legislação para submeter as actividades económicas aos seus objectivos. Logo, constata-se que a autoridade pública intervinha na nacionalização de sectores fulcrais e preferencialmente rentáveis, no controlo da produção industrial privada, no estabelecimento de horários laborais, na fixação de níveis salariais. Quanto ao sector financeiro, supervisionava as taxas de juro, as políticas cambiais, definia regras para os mercados financeiros e políticas fiscais. Neste conjunto final de medidas, o Estado estava ciente de que era imperativo evitar as flutuações financeiras que tinham resultado na Grande Depressão, no final dos anos 20.
Para além disso - aconselho a leitura da entrada referente à social-democracia e à demcoracia-cristã - os Estados deviam implementar sistemas de redistribuição mais equitativa da riqueza nacional. Com esta distribuição evitar-se-iam as crises internas, derivadas da ausência de qualidade de vida. Entende-se então por que é que o Presidente norte-americano Truman entendia que caso houvesse uma recuperação económica rápida estaria dificultada a expansão comunista para ocidente. Para conseguirem a redistribuição mais equitativa da riqueza nacional, os países com o sistema de Estado Providência adoptavam sistemas de tributação progressivos dos rendimentos. Estes absorviam uma parcela dos salários mais elevados, por sua vez correspondentes às classes mais altas, que eram canalizados para assegurar as necessidades básicas. Era um complexo sistema social. Ao lado, está um cartaz ilucidativo do contexto em que surge e da adesão que teve das classes baixas.


Alianças militares no bloco capitalista

Os EUA, numa conjuntura de Guerra Fria, pretendiam, a todo o custo, o isolamento da Rússia Soviética e a consolidação da influência norte-americana a uma escaqla mundial. Tal provocou uma extensão da influência capitalista a alianças multilaterais, globalmente.
A assinatura dessas alianças era celebrada com acordos bilaterais, tendo em conta que eram utilizados para estabelecer bases militares, que funcionavam como autênticas sentinelas de alerta contra o comunismo. O seu propósito era a intervenção imediata em potenciais conflitos que eventualmente questionassem a hegemonia capitalista, cujo paradigma eram os EUA.

  • 1947:
Assinou-se o Pacto do Rio ou TIAR entre todas as nações do continente americano. Pretendia a defesa colectiva e, para tal, as nçaões constituintes formaram uma frente comum na eventualidade de agressão de uma potência externa.
  • 1948:
A assinatura da Organização dos Estados Americanos ou OEA ocorreu na Conferência de Bogotá. Era a substituição do TIAR, com os mesmos objectivos, ou seja, ajuda mútua entre a totalidade das nações sul-americanas. Ao lado, o símbolo desta organização.
  • 1949:
O Pacto do Atlântico Norte deu origem à formação da OTAN - em inglês - ou à NATO - em português -, cujo país fundador foi Portugal. Sucintamente, era composto pelos EUA, democracias ocidentais, pela Grécia, por Portugal, pela Turquia e pela Itália.
  • 1951:
A influência norte-americana ou capitalista foi consolidada na Oceânia pela celebração do Pacto do Pacífico com a Austrália e Nova Zelândia, que resultou na ANZUS. Acabaria por ser alargada ao Paquistão, às Filipinas, à Tailândia, à França e, ainda, à Grã-Bretanha, em 1954 - data da formação da OTASE, isto é, Organização do Tratado da Ásia do Sudeste.
  • 1955:
Neste ano, foi oficializada a aliança militar final no bloco capitalista. O Pacto de Bagdad, abrangente da Inglaterra, da Turquia, do Paquistão, do Irão e do Iraque, tinha levado à CENTO ou Organização do Tratado Central.



domingo, 7 de março de 2010

Mundo capitalista

Mundo capitalista: a política de alianças lideradas pelos EUA - Plano Marshall e alianças económicas

Em 1947, a Europa estava totalmente destruída, sequela extremamente visível da II Guerra, tendo enormes baixas humanas e perdas materiais. As ajudas dos EUA, dentro do plano de emergência - prestadas desde 1945 até 1947 . apenas tinham acudido às necessidades de maior significância. Para mais, as situações de miséria gerais foram agravadas com o rigorosíssimo Inverno de '46-'47. Ao lado, dois sobreviventes, nas zonas periféricas, de Hiroshima.
Os EUA eram crentes de que no caso de se registar uma recuperação económica, visível a curto prazo, a expansão comunista para ocidente estaria dificultada. Consequentemente, a presença norte-americana/capitalista seria reforçada na Europa.
Dentro do âmbito da Doutrina Truman, a administração Truman propõe um vasto programa de ajuda técnico-económica ao continente europeu. A sua finalidade era relançar, o mais rapidamente, as suas economias, existindo, então, condições para a estabilidade política. Era o Plano Marshall ou Plano de Reconstrução Europeia - este plano foi proposto pelo senhor ao lado, o secretário de Estado norte-americano, George Marshall.
Este plano não só foi proposto à Europa Ocidental, pertencente ao bloco capitalista, mas também aos países do bloco socialista. Tendo em conta que os soviéticos acreditavam ser uma manobra dos norte-americanos imporem a sua hegemonia na Europa, esses países comunistas tiveram de o recusar.
O Plano Marshall foi oferecido desde que os Estados beneficitários aceitassem o controlo e a fiscalização das suas economias, pelas autoridades norte-americanas. Teriam ainda de criar um organismo de coordenação de ajuda financeira prestada e das relações económicas.

Consequências:
  • O primeiro pós-guerra repetia-se, quanto à dependência da Europa face aos EUA.
  • Beneficiamento dos interesses geoestratégicos contemplados e nas áreas coloniais.
  • A criação da Organização Europeia de Cooperação Económica, em 1948, enquanto organismo de coordenação de ajuda financeira prestada e das relações económicas.
Mundo capitalista: a "questão alemã" e a corrida à formação de alianças militares

Constata-se que a Guerra Fria esteve na iminência de causar a primeira situação de um conflito militar, em 1948 e 1949.
As estratégias de reconstrução alemã fizeram com que houvesse uma unificação administrativa e monetária das zonas ocupadas pelas democracias ocidentais e também originaram a atribuição das ajudas financeiras. Por sua vez, a reconstrução alemã, no bloco capitalista, tinha em vista a edificação de uma Alemanha ocidental rica, que se pudesse reafirmar de forma honrosa entre as nações livres e pacíficas. Assim, haveria uma oposição com a Alemanha de Leste.
Face a estas estratégias norte-americanas, Estaline afirma um afrontamento, acusando os antigos Aliados de quererem criar um bastião do capitalismo à entrada do bloco comunista. Consequentemente, decreta o bloqueio à zona ocidental de Berlim.
Desta forma, o bloco capitalista, impossibilitado de estabelecer contacto terrestre com as três partes da cidade de Berlim por siu tuteladas, cria uma ponte aérea. Por mais de onze meses, fez chegar todo o tipo de produtos. Os EUA mostravam à Rússia Soviética a firmeza e o enorme poder tecnológico, que possuíam.
No momento em que Estaline ameaça abater os aviões, o mundo ocidental receava a sua concretização. Todavia, o bloqueio acabou por ser levantado sem quaisquer incidentes bélicos.

Consequências do bloqueio:
  • Divisão da Alemanha em dois Estados, em 1950: a República Federal Alemã, a ocidente no bloco capitalista, e a República Democrática Alemã, no bloco socialista, a leste. Ao lado, o emblemático muro.
  • Clarificação definitiva das posições expansionistas de ambos os blocos e dos respectivos objectivos hegemónicos.
  • Corrida aos armamentos
  • Formação dos primeiros blocos militares antagónicos.





sábado, 6 de março de 2010

A guerra que não foi guerra

A derrota do Eixo, na 2ª Guerra Mundial, evidenciou os grandes antagonismos ideológicos. Tinham sido colocados num segundo plano, com a guerra contra as autocracias nazi-fascistas, tendo sido prontamente patenteados nas diferenças entre as propostas político-económicas, defendidas por americanos e soviéticos, aquando da definição da nova ordem internacional. 
Ao lado, observa-se um esquema das principais diferenças ideológicas e económicas das duas superpotências.
A ruptura da aliança (EUA e URSS) confirmou-se com o aparecimento dos primeiros focos de tensão, gerados nas ambições expansionistas de Estaline e na Europa do Leste e na resposta norte-americana - Truman pretendia conter o expansionismo pelo reforço da sua posição no Ocidente.

Porquê uma guerra fria?

Chama-se Guerra Fria ao conflito que seguiu imediatamente a 2ª Guerra Mundial, considerando que não se observou o uso de armas. Porém, usavam as mais refinadas e agressivas formas de propaganda ideológica, como se irá constatar posteriormente. Para além disso, exibiam o seu imenso potencial militar, gradualmente mais sofisticado, sendo o objectivo dos dois blocos a criação do medo. Desenvolviam também uma intensa acção de espionagem, que incidia nas inovações bélicas e na interferência em países terceiros ou em organizações internacionais. Intervinham ainda no fomentode conflitos localizados, em apoio dos beligerantes.

O início da Guerra Fria
Não se pode afirmar que a Guerra Fria iniciou num ano específico. Ao invés, posso afirmar que começou na segunda metade dos anos 40.
O primeiro momento de tensão entre as democracias ocidentais e a URSS deu-se em 1945, estando relacionado com a realização das eleições, nos países que tinham sido libertados da ocupação nazi, pela acção directa do Exército Vermelho. Em concordância com a Grã-Bretanha e os EUA, Estaline não promovera eleições verdadeiramente livres no leste europeu. Pretendia a imposição de um governo inteiramente da sua confiança, isto é, comunista. Depois de os EUA terem tentado enviar observadores internacionais para controlarem a situação, Estaline afirma intromissão na dignidade polaca. Churchill não mostra quaisquer reservas em afirmar que o inimigo nazi foi substituído pela ameaça soviética.
Logo um ano depois, as denúncias públicas das acções do líder soviético prosseguem. O primeiro-ministro britânico acusa-o de ter criado uma cortina de ferro, de Stettin a Trieste.
Face a estes dois acontecimentos, o presidente norte-americano publica a Doutrina Truman, em Março de 1947. Com esta doutrina, a administração Truman afirmava a necessidade de adoptar uma política de contenção do avanço comunista. Apelava, consequentemente, ao ocidente para lutar contra, o que considerava ser, o totalitarismo estalinista. Prometia auxiliar todos os povos cuja liberdade fosse ameaçada por forças externas.
A URSS tinha de responder. Publica a Doutrina Jdanov, em Setembro do mesmo ano, na qual era advogado o direito de expansão do comunismo até ao centro europeu. Seriam transformados os países próximos em satélites-políticos da Rússia Soviética.



sexta-feira, 5 de março de 2010

União Europeia - desde a sua formação até 2010

No ano lectivo passado, participei na realização de um trabalho em torno da União Europeia. Curiosamente, o tema volta agora a ser tratado em História. Assim, deixo o power point do trabalho.