terça-feira, 6 de outubro de 2009

Os Tratados de Paz no pós-guerra da I Guerra Mundial

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) deveu-se a vários factores, como a forte concorrência comercial entre os países europeus, sobretudo na luta pelas colónias em África – questão do Mapa Cor-de-Rosa –, assim como as tendências nacionalistas – pan-germanismo e pan-eslavismo. Esta guerra termina, oficialmente, em 11 de Outubro de 1918, quando a Alemanha assina o armistício.
Seguidamente, tornou-se fulcral restabelecer a paz. Logo, a Conferência de Paz iniciou-se em Janeiro de 1919, em Paris, em que sobressaíram três países: a França, com Clemenceau, A Grã-Bretanha com Lloyd George e, por último, os Estados Unidos da América com Thomas Wilson.
No Congresso Norte-Americano, Wilson lê os “14 pontos” (doc. 1, pág. 12, O Tempo da História) sobressaem algumas questões. Em primeiro lugar, constata-se que o presidente defendia Convenções de Paz, para que todos os povos em questão fossem convidados, efectuando, por conseguinte, uma diplomacia transparente (“…a democracia agirá sempre francamente e à vista de todos”- ponto 1). Aborda igualmente, no segundo e terceiro pontos, a questão económica do pós-guerra, relativamente à liberdade absoluta de navegação nos mares, abolindo o Mare Clausum de alguns países e relativamente à abolição das taxas alfandegárias para todas as nações, promovendo um comércio mais liberal (“Liberdade (…) de navegação (…) fora das águas territoriais…” – ponto 2; “Supressão de todas as barreiras económicas…” – ponto 3). Verifica-se que Wilson também defende a redução do armamento para níveis mínimos (“…os armamentos serão reduzidos ao mínimo compatível com a segurança interna”). Por outro lado, constata-se um interesse para que os povos Europeus proporcionassem autonomia política à Rússia (“…com a finalidade de dar à Rússia toda a latitude para decidir (…) sobre o seu desenvolvimento político e a sua organização internacional.” – ponto 6) – dado que estava a passar por Revoluções Comunistas nesta altura –, assim como prevê que a região da Alsácia-Lorena seja indemnizada pelos prejuízos causados no decorrer da história. Defende igualmente que seja elaborado um novo mapa geopolítico e que à Roménia, à Sérvia, ao Montenegro e às regiões Turcas do antigo Império Otomano sejam concedidos todos os direitos de liberdade comercial, quer terrestre, quer marítima e que, por outro lado, seja reconhecida a independência política desses povos. No final dos 14 pontos, Wilson admite que é categórico que seja constituída uma organização das nações, a fim de assegurar as suas necessidades primordiais (independência política e integridade territorial).
Por conseguinte, seguiram-se alguns tratados de paz, a partir de Junho de 1919- Tratados de Versalhes, de Saint-Germain-en-Laye, de Trianon, de Neuilly e de Sévres, em que sobressai, efectivamente, o Tratado de Versalhes. Este tratado toma lugar em Versalhes a 28 de Junho, que visava a paz entre as potências aliadas e a Alemanha.
Assim sendo, fica definido pela Entente que a Alemanha procederia a uma desmilitarização de 50km da margem direita do Rio Reno e total da faixa esquerda, assim como perderia a sua frota de guerra e viria o seu exército desprovido de artilharia e também de carros de assalto. Ficou também acordado que o serviço militar deixava, nesse momento, de ser obrigatório, ficando, por conseguinte, reduzido a 100 000 homens. Ainda relativamente às sanções militares, as potências aliadas definiram que o Estado-Maior da Alemanha seria, efectivamente, extinto.
Por outro lado, a Alemanha perde 1/7 do solo nacional -graças às alterações geo-políticas -, como a totalidade do seu território colonial e também 1/10 da população (os mortos e os desaparecidos totalizavam dois milhões de pessoas).
Economicamente, ficou sentenciado que, visto que a Alemanha reconhecia que ela e os seus aliados eram responsáveis por terem causado os males durante a 1ª Guerra Mundial, ela teria de pagar uma determinada indemnização, que viria a ser ficada pela Comissão de Reparações. Finalmente, as minas de carvão localizadas na bacia do Sacre seriam, imediatamente, cedidas à França.
Observa-se que os povos vencedores procuraram eliminar todas as maneiras que a Alemanha poderia ter de se reorganizar para depois se vingar das potências aliadas (EUA, Grã-Bretanha, Japão, França e Itália).
Por outro lado, constata-se que o Tratado de Versalhes foi, maioritariamente, uma vingança da França para com a Alemanha, que se verifica com a questão da Alsácia-Lorena (fica acordado no Tratado de Versalhes que esta região pertencia à França)
Conclui-se que com o final desta 1ª Guerra Mundial, se inicia uma nova ordem internacional, dado que se procedeu ao desmorenamento das monarquias militaristas dos Habsburgos (Império Austro-Húngaro), dos Hohenzollern (Império Alemão), dos Czares Romanov (Império Russo) e, finalmente, dos Sultões (Império Otomano). Assim sendo, a guerra de 1914-1918 marcou tanto o início do séc. XX europeu e do mundo do ocidente, como marcou o princípio do fim da hegemonia europeia.




Feito por Joana Oliveira. Julgo que a síntese é um método de estudo que se adequa a mim, pois tenho toda a matéria, relativa a um determinado assunto, aí aglomerada.